Apenas 10% dos direitos autorais vão para mulheres compositoras no Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A cada R$ 100 distribuídos em direitos autorais para compositores na música brasileira, só R$ 10 são pagos para mulheres. O dado é da União Brasileira de Compositores que neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, divulga o seu sexto relatório Por Elas Que Fazem a Música.
Com 10% dos direitos destinados às compositoras mulheres, o índice cresceu apenas 1% com relação ao relatório de 2022 que apontava uma estagnação em torno 9% desde 18, quando o levantamento começou a ser realizado, apesar do crescimento do número de autoras.
Se de um lado o número retrata a grande desigualdade de gênero no Brasil, por outro, a UBC verificou o acréscimo também de 1% em relação aos anos anteriores e uma crescente participação feminina no seu quadro associativo.
Desde a primeira edição do relatório, em 2018, foram 151% a mais de mulheres que se associaram à UBC.
Importância econômica dos direitos autorais como interprete
O Por Elas Que Fazem a Música é um levantamento da participação da mulher na música que tem como referência a base de dados da UBC. O objetivo é promover o debate sobre o equilíbrio de gênero na música a partir da observação e do registro de eventuais mudanças ao longo dos anos.
Pesquisas da UBC mostram ainda que os rendimentos como intérprete para as mulheres têm importância econômica que equivalem praticamente o dobro do que para homens, mas que ambos os gêneros faturam mais como compositores.
A UBC é uma associação sem fins lucrativos que é dirigida por autores. Seu objetivo principal é a defesa e a promoção dos interesses dos titulares de direitos autorais de músicas e a distribuição dos rendimentos gerados pela sua utilização.
A entidade foi criada em 1942 e atua representando no Brasil e no exterior mais de 25 mil associados.