A complexidade do simples na música de Nina Nicolaiewsky
Foto: Thailan Reginatto/Divulgação
Foto: Thailan Reginatto/Divulgação
No meio artístico desde a infância, Nina Nicolaiewsky apresenta canções autorais em um universo intimista e introspectivo com o Quarteto de Cordas. A apresentação, que faz parte do projeto Ecarta Musical, ocorre no próximo sábado, 24 de junho, às 18 horas, na Fundação Ecarta, com entrada franca.
O repertório do evento surgiu a partir de um tempo fora de Porto Alegre e de uma experiência anterior, com o Quarteto de Cordas. “Foi muito especial, muito legal. Era uma sonoridade que eu estava buscando. As minhas referências musicais sempre tem cordas e eu achei que funcionou muito bem”, conta Nina.
O grupo é formado por quatro mulheres, as violinistas Clarissa Ferreira e Miriã Moreira Farias, a violista da Ospa, Gabriela Vilanova e a violoncelista Luyra Dutra. Nina explica que já teve uma banda com Clarissa, tocou com Miriã e Gabriela e teve o primeiro contato artístico com Luyra na gravação de um single em 2022.
“Já venho há bastante tempo fazendo esse movimento na cena musical porto-alegrense, de tocar com mulheres e de movimentar as mulheres compositoras, criadoras e musicistas. Esse show também é escrito e arranjado por mulheres. Sempre colocando-as nesses papéis importantes”, aponta a artista.
História com a música
Filha do músico Nico Nicolaiewsky e da atriz Márcia do Canto, Nina cresceu em um ambiente multiartístico. Com parentes atuando na área das artes plásticas e na dança, ela vivia em ensaios e turnês, sempre em ambientes de criação.
“Comecei a estudar música mais formalmente quando pequena e eu tenho certeza que esse ambiente criativo e multidisciplinar que eu tive, de diferentes linguagens artísticas, me influenciou e me formou muito”, explica.
No entanto, ela conta que nunca sentiu pressão para atuar dentro da área. Para a artista, havia um incentivo, esta era uma opção, mas nunca foi uma imposição.
“Fiz Ciências Sociais por bastante tempo, depois quis ser advogada, mas eu sabia que ia me envolver com a música, independente do que eu fizesse profissionalmente. Eu gostava muito da música e de cantar, desde pequena. Mas com 20 e poucos eu percebi que queria me dedicar integralmente à música, mais profissionalmente”, lembra.
Inspirações e experiências
Foto: Thailan Reginatto/Divulgação
Foto: Thailan Reginatto/Divulgação
A complexidade do simples. É assim que Nina fala sobre as suas inspirações. Para a artista, a música vem de um lugar de falar sobre coisas que tocam e emocionam.
“São aspectos que fazem muito sentido pra mim e que fazem muito sentido serem ditos, porque acabam fazendo sentido também para outras pessoas. Mas o que me emociona e me toca são coisas alegres e muitas vezes são angústias e ansiedades. É isso que eu tento transformar em música, a poesia e a beleza do dia a dia”, afirma.
Essa experiência e essa expressão artística estão presentes nos trabalhos que Nina já produziu. Para o audiovisual, ela participou da trilha sonora da minissérie “Notas de Amor” e está escrevendo a trilha sonora de um filme (que ainda não pode ser divulgado).
“Gosto muito – do audiovisual – e penso muito na música visualmente também. Eu sou uma pessoa muito visual. Eu acho que esse desejo, esse gosto de relacionar a música com o audiovisual, vem dessa influência da infância, de ter contato com muitas formas de arte, de muitas linguagens”, finaliza Nina.
SERVIÇO
Nina Nicolaiewsky & Quarteto de Cordas no Ecarta Musical
Quando: 24 de junho, 18 horas
Onde: Fundação Ecarta (Avenida João Pessoa, 943 – Porto Alegre)
Transmissão ao vivo pelo Canal do YouTube da Fundação Ecarta
Entrada franca
Douglas Glier Schütz é estagiário de jornalismo. Matéria elaborada com supervisão de César Fraga.