Estreia Casa Vazia, longa gaúcho rodado em Livramento e Rivera
Foto: Panda Filmes/ Divulgação
Premiado nos festivais de cinema de Gramado e do Rio de Janeiro, o longa-metragem Casa Vazia chega aos cinemas no dia 3 de agosto após uma larga trajetória por festivais de cinema.
O filme foi rodado no extremo do país, em Santana do Livramento (Rio Grande do Sul) e Rivera (Uruguai). Aborda o empobrecimento da população em áreas agrícolas marcadas pelo avanço da tecnologia e das desigualdades sociais.
Dirigida por Giovani Borba, a produção da Panda Filmes explora uma linguagem híbrida entre ficção e documental e se notabiliza por empregar não atores.
Casa Vazia
Foto: Panda Filmes/ Divulgação
A história tem como protagonista Raúl, um peão de estância desempregado e abandonado pela família. O personagem é interpretado pelo ex-peão Hugo Noguera. Ele e outros locais contracenam com atores profissionais consagrados, como Araci Esteves, Nelson Diniz, Roberto Oliveira e Liane Venturella, que também assina a preparação do elenco.
Ambientado na imensidão do pampa, o filme expõe as contradições entre o avanço das tecnologias e as desigualdades sociais que oprimem os trabalhadores do campo.
Já não há mais espaço para o trabalho ou as tradições nessa realidade dominada pelas monoculturas de soja e eucalipto que se impõem sobre a agricultura e a criação de animais com uso intensivo de agrotóxicos e produção de transgênicos.
Nesse ambiente hostil, os trabalhadores do campo tentam se reorientar e lutar pela sua sobrevivência e preservar seus costumes.
O ex-peão de estância se junta a uma quadrilha de ladrões de gado e ao voltar de madrugada encontra a casa vazia. A mulher e os filhos dele desapareceram.
Festivais
Em 2021, Casa Vazia foi exibido na mostra Goes to Cannes, no Mercado do Festival de Cannes, na França. No mesmo ano, conquistou o Troféu Redentor de melhor fotografia para o cearense Ivo Lopes Araújo no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro.
No ano passado, levou cinco Kikitos na Mostra Gaúcha do Festival de Cinema de Gramado nas categorias roteiro (Giovani Borba), ator (Hugo Noguera), trilha sonora (Renan Franzen), desenho de som (Tiago Bello e Marcos Lopes) e fotografia (Ivo Lopes Araújo).
“Me alegra muito contar essa história, que busca ser muito regional, mas acaba reverberando dilemas e sentimentos universais, e assim, pôde encontrar uma acolhida muito boa com o público nos festivais e o reconhecimento com prêmios. Agora, essa nova etapa amplia estes encontros com as pessoas nos cinemas”, afirma o diretor, Giovani Borba, que divide a produção com Tatiana Sager (diretora de Central – o filme, 2017) e Beto Rodrigues (diretor de Rolex de Ouro, 2007).
Esse foi o único projeto de cinema gaúcho selecionado, no final de 2017, no edital Prodecine 05 – Inovação de Linguagem. Antes disso, já havia sido escolhido em quatro eventos para desenvolvimento de projetos: Malaga Festival Industry Zone (Mafiz), na Espanha, 7th International Coproduction Meeting (Brasil Cinemundi), em Minas Gerais, o Talent Campus do Bafici (Buenos Aires Internacional Festival of Independent Cinema), na Argentina, e o Taller Andino do Ibermedia.