CULTURA

Fundação Ecarta inaugura últimas três exposições do ano nesta terça-feira, 12

O Bando de Barro apresenta a mostra Diálogo: a escuta do barro, na Galeria Ecarta; o coletivo Las Mariposas ocupa o espaço Projeto Potência e Marina Reidel expõe no Professor Artista/Artista Professor
Por Nicoly Owicki / Publicado em 11 de dezembro de 2023

Fundação Ecarta inaugura últimas três exposições do ano nesta terça-feira, 12

Foto: Nicoly Owicki

Foto: Nicoly Owicki

    Detalhe da exposição: Diálogo a escuta do barro, do coletivo Bando de Barro

A Fundação Ecarta inaugura nesta terça-feira, 12, a partir das 19h, as três exposições que encerram a programação artística do ano. As mostras, Diálogo: a escuta do barro, do Coletivo Bando de Barro, El Tendedero de Mónica Mayer – Romper Silêncios, Fomentar Redes, do Coletivo Las Mariposas, e Corporeidade trans: fragmentos cotidianos, de Marina Reidel, estarão disponíveis para visitação até o dia 28 de janeiro, de terça a domingo, das 10h às 18h, com entrada franca, na sede da Ecarta (Avenida João Pessoa, 943 – bairro Farroupilha, Porto Alegre).

Diálogo: a escuta do barro

Com a curadoria da artista visual, pesquisadora e professora Alexandra Ecker, a mostra Diálogos: a escuta do barro apresenta na Galeria Ecarta a produção recente de 23 artistas com enfoque na interação e reciprocidade destes ceramistas com os seus materiais e fornos.

O nome da exposição surgiu a partir da percepção da curadora na importância do diálogo e da escuta do que o outro tem a dizer. Alexandra entende que essa postura se estende ao ateliê de arte.

Participam da mostra artistas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, sendo eles, Adriana Giora, Alexandra Eckert, Carusto Camargo, Cinthia Sfoggia, Emília Gontow, Fernando Lima, Gilberto Menegaz, Gustavo Rigon, Izane Schul, Kika Zanella, Leonardo Ternus, Lia Freitas, Márcia Braga, Martina Berger, Miriam Gomes, Nadia Saad, Nico Giuliano, Roberto Bitencourt, Rodrigo Núñez, Rosana Bortolin, Silmara Zago, Soraya Girotto e Viviane Diehl, integrantes do Bando do Barro.

O projeto Bando do Barro foi instaurado em 2007, composto na época por professores, ex-professores, alunos e ex-alunos de Artes das instituições Ufgrs, Ulbra e Feevale, além de pessoas interessadas em cerâmica no Rio Grande do Sul.

Atualmente, participam artistas-ceramistas de várias cidades do Brasil. Em 2008, recebeu o II Prêmio Açorianos de Artes Plásticas – Destaque em Cerâmica – pela Exposição Colunas.

El Tendedero de Mónica Mayer

Selecionada pelo Edital Ecarta para o Espaço Potência (segundo andar da Fundação Ecarta), a mostra El Tendedero de Mónica Mayer – Romper Silêncios, Fomentar Redes reproduz a obra seminal da artista Mónica Mayer.

Pioneira da arte feminista mexicana, Mónica apropriou-se de um objeto ligado à domesticidade da mulher, o varal de roupas, para criar uma obra participativa sobre as experiências das mulheres no espaço urbano a partir da provocação “Como mulher, o que mais detesto na cidade é”. As respostas obtidas com a provocação foram, em sua maioria, relacionadas aos episódios de violência e assédio vividos.

A obra de Mónica continua sendo reativada em diferentes contextos, sob orientação da artista, por coletivos no mundo inteiro, tencionando discursos machistas e hierárquicos, e promovendo a criação de redes de diálogo sobre como superar situações de assédio em suas diferentes formas.

O grupo é formado pelas artistas Karen Villela e Rob Scharcow, pelas historiadoras da arte Gabriela Traple Wieczorek e Mariá Battesini Teixeira, pela artesã Juliana Isidoro e pela urbanista e pesquisadora Bárbara Rodrigues Marinho, a partir do núcleo artístico-cultural da Casa de Referência Mulheres Mirabal.

Corporeidade trans: fragmentos cotidianos

A exposição Corporeidade trans: fragmentos cotidianos está exposta no projeto Professor Artista/Artista Professor (térreo da Fundação), e aborda por meio da arte as agressões sofridas pelas pessoas trans na sociedade. O Brasil é o país que mais mata transexuais, ao mesmo tempo em que lidera o consumo de pornografia trans.

A artista apresenta uma instalação composta por objetos, oratórios e capelas, convidando a perceber cenas do cotidiano destes corpos violentados socialmente numa espécie de Via Crucis contemporânea.

A artista transexual é professora arte-educadora da Fundarte em Montenegro e Supervisora Escolar da Escola Estadual Especial Renascença em Porto Alegre.

Além da sua carreira de 33 anos como professora, Marina já atuou também como gestora da política LGBT do Rio Grande do Sul e, nos últimos seis anos, foi diretora do Departamento LGBT do governo federal.

Coordenadora LGBTQIA+ do Fundo Positivo e Secretaria da Igualdade do RS, a ativista social tem desenvolvido nos últimos anos, diversos trabalhos em artes visuais com os temas de direitos humanos e direitos LGBT.

Nicoly Owicki é estagiária de jornalismo. Matéria elaborada com supervisão de Valéria Ochôa.

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