CULTURA

Palavra Negra: música, poesia, palestra, slam, oficinas e feira temática no CHC Santa Casa

O evento tem curadoria da atriz e cantora Camila Falcão e traz convidados ilustres como Winnie Bueno, Cristal, Diego Ferreira, Mariana Marmontel e Felipe Deds
Da Redação / Publicado em 24 de setembro de 2024
Palavra Negra é o próximo ciclo do projeto Humanidade CHC – Discussões Necessárias

Fotos: Afrovulto/Daniel Andres

Espetáculo com Cristal, consagrada campeã regional de slam e Poetas Vivos, grupo que promove projetos culturais e sociais

Fotos: Afrovulto/Daniel Andres

Os próximos ciclo temático do projeto Humanidade CHC – Discussões necessárias coloca as vozes negras em volume máximo para para falar de direitos, feminismo, arte, cultura e da luta antirracista. Com curadoria da atriz e cantora Camila Falcão e convidados ilustres como Winnie Bueno, Cristal, Diego Ferreira, Mariana Marmontel e Felipe Deds, uma feira de artesanato temático, Palavra Negra aterrissa no Centro Histórico-Cultural Santa Casa (CHC)  nos dias 25 e 26 de setembro. A entrada é franca com retirada de senhas no sympla.com/chcsantacasa.

Camila Falcão acredita que a curadoria de um evento dedicado ao movimento negro e à importância da palavra do povo negro não é apenas uma celebração da rica herança cultural e histórica, mas também um poderoso ato de afirmação e reconhecimento. “Entender que estamos situados em um estado que é majoritariamente branco e que somente valoriza as culturas ancestrais europeias, nos faz levar uma vida em torno do silenciamento. Porém estamos aqui, estamos vivos”, reflete. Palavra Negra vem reafirmar a força, a resiliência e a imensa contribuição de uma cultura plural para um espaço que por muitas vezes foi negado ao povo negro.

E evento inclui uma palestra de Winnie Bueno, pesquisadora, escritora e ativista do movimento de mulheres negras; show com Cristal, consagrada campeã regional de slam que publicou livros, viu um rap autoral estourar, gravou com Djonga, abriu shows nacionais e lançou agora seu primeiro EP — Quartzo; oficina de fanzines com Mariana Marmontel e Felipe Deds, baseada na trajetória e estilo do coletivo Poetas Vivos, grupo que promove projetos culturais e sociais por meio da literatura, da educação, da música e do afro-empreendedorismo; oficina de dramaturgia negra com Diego Ferreira; e, por fim, uma feira de artesanato com arte negra.

Palavra Negra é um guarda-chuva que oferece espaço vital para que as vozes negras sejam ouvidas e valorizadas, permitindo que suas histórias, lutas e conquistas sejam compartilhadas com o público através das atividades propostas. “Queremos promover um espaço de diálogo e reflexão, onde a narrativa do povo negro é centralizada e respeitada” afirma a curadora Camila Falcão.

O Humanidade CHC – Discussões necessárias propõe, a cada ciclo, reflexões profundas com nomes de relevância nacional em diferentes áreas e segmentos da sociedade. A programação é gratuita e possui ingressos disponíveis na plataforma Sympla.

Programação

25 de setembro – quarta-feira

Feira de artesanato no Átrio, das 11h às 19h

Ana Mendes – Tecendo Renda / Luciane Ramos – Afro Lú / Clodoaldo Soares – Raízes do Axé / Adalberto / Ana Maack – Kilombo da Artes / Cristina Gonçalves – Boho Design _ cushion / Dandara – Dandara Moda e Arte

Oficina de Dramaturgia Negra, com Diego Ferreira, às 14h

Sala de Ação Educativa do CHC Santa Casa

Uma pausa para reflexão sobre escrita e teatralidades negras. Um breve panorama da atual dramaturgia negra que carrega em si suas subjetividades, diversidade e pluralidade através de uma perspectiva decolonial. A proposta da oficina é partilhar suas vivências enquanto um sujeito negro e sua pesquisa no campo da dramaturgia negra. É autor do espetáculo Negreiros – história que a história não conta produzido pelo Grupo Teatral Leva Eu.

Erguer a voz: ouvindo a palavra de mulheres negras, com Winnie Bueno, às 19h

Nesta palestra, a pesquisadora, escritora e ativista do movimento mulheres negras, Winnie Bueno, explora as vozes poderosas de mulheres negras que, ao longo da história e nos dias de hoje, têm resistido, transformado e reimaginado o mundo ao seu redor. A partir do Pensamento Feminista Negro, abordará como suas experiências, lutas e saberes têm sido silenciados, e por que é essencial ouvir e amplificar essas vozes na construção de uma sociedade mais justa. A ideia é refletir sobre as interseções entre raça, gênero e poder, destacando o protagonismo das mulheres negras na luta por direitos e equidade.

26 de setembro – quinta-feira

Oficina de Fanzines com Mariana Marmontel e Felipe Deds, às 14h

Explicação sobre a história e definição dos Fanzines (revista fan) e criação de fanzines independentes utilizando modelos sugeridos pelo Coletivo Poetas Vivos. O encontro tem como objetivo instigar os jovens através da criação artística de um livreto independente. A ideia é potencializar a individualidade de cada educando, oferecendo as diversas possibilidades da imaginação em conjunto com a arte, que será registrada em uma publicação de livro, seja no formato de texto, desenho, pintura ou colagem. O objetivo é mostrar que nem todo livro precisa ser publicado por editora para ser uma potência literária.

Espetáculo com Cristal, às 19h30min – com tradução em LIBRAS

A artista vai apresentar um recorte de sua carreira, passando pelas músicas de seu EP Quartzo, recentemente lançado, e por outras músicas que marcaram sua trajetória. Cristal iniciou sua carreira em 2017 aos 15 anos, participando do projeto Sopapo Poético. De lá pra cá muita coisa mudou e sua meteórica carreira decolou. Descobriu as competições de poesia falada dos slams, tornou-se campeã regional da modalidade, publicou livros, migrou para a música, viu um rap autoral estourar, gravou com Djonga, abriu shows nacionais, subiu ao palco do Planeta Atlântida e lançou agora seu primeiro EP — Quartzo, que chegou em julho às plataformas digitais. “Minhas primeiras músicas diziam muito sobre o que eu via no externo. Quartzo é muito mais sobre o que me incomoda, sobre questões pessoais que eu precisava falar. Mas também é ato de resistência, também é amor, também é cuidado”, explica a artista. “A música e a poesia são quase como livros abertos sobre a nossa vida. Sempre senti esse incômodo e, ao mesmo tempo, essa necessidade de falar. Isso está sempre me dividindo como artista e como pessoa”, complementa.

PALAVRA NEGRA – Humanidade CHC

Palestras, espetáculo, oficinas, feira de artesanato – curadoria Camila Falcão

Dias 25 e 26 de setembro

No CHC Santa Casa

Entrada franca com retirada de senhas no sympla.com/chcsantacasa

Classificação indicativa: Livre

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