Bolívia tem imposto sobre grandes fortunas
Foto: Presidência da Bolívia/Divulgação
O novo presidente boliviano Luis Arce promulgou na última segunda-feira, 28, a Lei 1.357, que cria um imposto sobre as fortunas superiores a 30 milhões de bolivianos (moeda local) – o equivalente a aproximadamente R$ 22,3 milhões.
O novo imposto é anual e permanente para todos que viverem no país, incluindo estrangeiros. O texto já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados por ampla maioria. O imposto será pago por 152 milionários.
A lei estabelece percentuais escalonados para o pagamento da alíquota.
Para os ricos cujo capital é 30 milhões a 40 milhões de bolivianos (moeada do país), por exemplo, a taxa é de 1,4%. Já para aqueles que possuem entre 40 a 50 milhões, será de 1,9%.
Os afortunados acima desses valores desembolsarão 2,4%.
A medida se aplica somente as pessoas com permanência na Bolívia por mais de 183 dias nos últimos 12 meses.
Na sua conta no Twitter, Arce frisou que a aprovação da lei é uma forma de redistribuir a riqueza na Bolívia e que o dinheiro arrecadado “chegará a milhares de famílias bolivianas”.
A estimativa do Ministério da Economia é que, com a tributação das grandes fortunas, cerca de 100 milhões de bolivianos sejam arrecadados.
Desmonte do modelo neoliberal
Também na noite de segunda-feira, o governante do Movimento ao Socialismo (MAS) promulgou a Lei de Restituição Efetiva do IVA (Imposto ao Valor Agregado).
Com a nova medida, pessoas com renda menor que 9 mil bolivianos, aproximadamente R$ 6.715, serão ressarcidos com 5% do total de suas compras mediante apresentação da nota fiscal computadorizada.
Dessa forma, considerando o salário mínimo de 2.100 bolivianos (R$1.567), a Lei de Restituição Efetiva do IVA beneficia diretamente as classes médias e baixas.
Para acessar o benefício, os indivíduos deverão se cadastrar no SIN, órgão responsável pela taxação de impostos na Bolívia, e computar todas as faturas da compra com o nome e documento de identidade.
Ao promulgar as leis, Arce endossou que as medidas “desmontam o modelo neoliberal e retomam o Modelo Econômico Social Comunitário Produtivo”.