ECONOMIA

CUT-RS e centrais sindicais querem reajuste de 13,79% para mínimo regional

Índice definido pelo Dieese inclui o INPC acumulado de 2021, a inflação do ano passado, quando um projeto do governo deu reajuste zero, mais a diferença entre o maior e o menor piso regional de 2001 a 2019
Da Redação / Publicado em 28 de janeiro de 2021
Representação das centrais sindicais entregou reivindicação secretário da Casa Civil (C): no RS, 1,3 milhão de trabalhadores recebem o mínimo regional

Foto: CUT-RS/Divulgação

Representação das centrais sindicais entregou reivindicação secretário da Casa Civil (C): no RS, 1,3 milhão de trabalhadores recebem o mínimo regional

Foto: CUT-RS/Divulgação

A CUT-RS e as centrais sindicais encaminharam ao governo do estado proposta de 13,79% de reajuste do salário mínimo regional para 2021. A reivindicação foi definida a partir do levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O índice de 13,79%, com vigência em 1° de janeiro, leva em conta 10,195%, que é a soma acumulada do INPC em 2021 (5,45%) e 4,50% (Projeto de Lei nº 35/2020), e 3,26%, que é a diferença entre a relação do menor piso regional e o mínimo nacional vigentes em 2001 e em 2019.

Com esse reajuste, os valores das cinco faixas do mínimo regional, hoje entre R$ 1.237,15 a R$ 1.567,81, passariam para R$ 1.407,72 a R$ 1.783,97.

Cerca de 1,3 milhão de trabalhadores e trabalhadoras do RS recebem o mínimo regional, que também é pago em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

Geração de empregos e renda

O mínimo regional é essencial para estimular o crescimento da economia gaúcha, pois o aumento da renda dos trabalhadores impacta diretamente no consumo local e na geração de empregos.

“Foi trágico para o RS a aprovação pela maioria dos deputados de reajuste zero no ano passado. Nos outros dois estados do Sul, que também possuem mínimo regional, teve reposição da inflação e aumento real, além da criação de empregos. Aqui nós tivemos fechamento de vagas. Com o fim do auxílio emergencial, os economistas estão dizendo que o país corre risco de recessão. Tirar renda do trabalhador reduz o poder de compra e ainda trava o desenvolvimento”, disse Everton Gimenis, vice-presidente da CUT-RS.

O Dieese destaca que em Santa Catarina foram criados 67.134 novos postos de trabalho de janeiro a novembro de 2020, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No Paraná houve abertura de 61.586 novas vagas no mesmo período, enquanto no RS, com o congelamento do piso regional, ocorreu o fechamento de 19.532 empregos.

Governo promete enviar projeto em fevereiro

Ao receber representantes sindicais em frente ao Palácio, Otomar Vivian (ao centro, com a pauta das centrais) se comprometeu a enviar projeto para a ALRS em fevereiro

Foto: CUT-RS/ Divulgação

Ao receber representantes sindicais em frente ao Palácio, Otomar Vivian (ao centro, com a pauta das centrais) se comprometeu a enviar projeto para a ALRS em fevereiro

Foto: CUT-RS/ Divulgação

A reivindicação das representações de trabalhadores foi entregue ao secretário-chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, na manhã de quinta-feira, 28, após recepção em frente ao Palácio Piratini, onde ouviu uma comitiva de dirigentes sindicais. O representante do governo estadual comprometeu a enviar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa no início de fevereiro com uma proposta de reajuste.

“Cobramos o secretário do governo para que o projeto seja enviado em regime de urgência, fazendo com que, se não for votado em 30 dias, irá trancar a pauta do plenário. No ano passado, sem regime de urgência, o projeto só foi votado em 1º de dezembro”, salientou Gimenis.

Além da CUT, também estiveram presentes dirigentes da CTB, Força Sindical, Intersindical e Nova Central.

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