Porto Alegre tem a cesta básica mais cara entre as capitais
Foto: Luciano Lanes/PMPA
Foto: Luciano Lanes/PMPA
Em agosto de 2021, o valor do conjunto de bens alimentícios básicos em Porto Alegre registrou alta de 1,18%. Dos treze produtos que compõem o conjunto de gêneros alimentícios essenciais previstos, oito ficaram mais caros: a batata (11,85%), o café (10,95%), o tomate (8,62%), o açúcar (4,18%), o leite (0,99%), o óleo de soja (0,94%) a manteiga (0,81%) e a farinha de trigo (0,55%). De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado nesta quarta-feira, 8, o custo médio da cesta básica em agosto teve alta em 13 das 17 capitais.
A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 664,67), seguida pelas de Florianópolis (R$ 659,00), São Paulo (R$ 650,50) e Rio de Janeiro (R$ 634,18). Com base no custo dos alimentos na capital gaúcha, o Dieese calcula que o salário mínimo salário mínimo necessário deveria ser de 5,08 vezes o salário mínimo vigente. A média do custo de vida nas 17 capitais pesquisadas mostra que a cesta básica consome 55,93% do salário mínimo nacional.
Custo de vida
Tabela: Dieese Tabela: Dieese
De acordo com a pesquisa, apenas quatro itens registraram redução de preço em agosto: a banana (-2,38%), o pão (-1,50%), o arroz (-1,22%) e a carne (-0,04%). O feijão ficou estável. Esses produtos, no entanto, estão entre os que acumulam as maiores altas de janeiro a agosto e nos últimos 12 meses.
De janeiro a agosto de 2021, nove produtos ficaram mais caros: o açúcar (44,04%), o café (22,82%), o tomate (20,83%), a farinha de trigo (17,85%), a carne (17,73%), o pão (10,05%), o feijão (9,90%), o leite (9,63%) e a manteiga (6,74%). Por outro lado, quatro itens estão mais baratos: a batata (-28,90%), a banana (-22,58%), o arroz (-10,04%) e óleo de soja (-2,73%).
Em doze meses, os 13 itens da cesta registraram aumento de preços, sendo as maiores altas verificadas no óleo de soja (56,93%), no açúcar (54,05%), no tomate (38,19%), na carne (35,90%), no café (33,40%), na farinha de trigo (25,11%), no arroz (22,53%) e no feijão (21,42%).
Aumento em 13 cidades
Tabela: Dieese
Tabela: Dieese
O custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 13 cidades e diminuiu em quatro, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Dieese em 17 capitais.
As maiores altas foram registradas em Campo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%). As capitais onde o custo apresentou queda foram Aracaju (-6,56%), Curitiba (-3,12%), Fortaleza (-1,88%) e João Pessoa (-0,28%).
A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 664,67), seguida pelas de Florianópolis (R$ 659,00), São Paulo (R$ 650,50) e Rio de Janeiro (R$ 634,18). Os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 456,40) e Salvador (R$ 485,44).
Ao comparar agosto de 2020 a agosto de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os percentuais oscilaram entre 11,90%, em Recife, e 34,13%, em Brasília.
Nos primeiros oito meses de 2021, 16 capitais acumularam alta, com taxas entre 0,28%, em Goiânia, e 11,12%, em Curitiba.
Salário mínimo necessário
Com base na cesta mais cara que, em agosto, foi a de Porto Alegre, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.583,90, o que corresponde a 5,08 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. Em julho, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.518,79, ou 5,02 vezes o piso em vigor.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em agosto, ficou em 113 horas e 49 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em julho, quando foi de 113 horas e 19 minutos.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em agosto, 55,93% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em julho, o percentual foi de 55,68%.