ECONOMIA

Projeção da inflação anuncia o pior outubro desde 1995

IBGE divulga IPCA-15, que projeta a maior variação em um mês de outubro em 26 anos e a maior variação mensal desde fevereiro de 2016
Por César Fraga / Publicado em 26 de outubro de 2021
egundo a pesquisa, o grupo de alimentação e bebidas (1,38%) foi influenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que passou de 1,51% em setembro para 1,54% em outubro

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Segundo a pesquisa, o grupo de alimentação e bebidas (1,38%) foi influenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que passou de 1,51% em setembro para 1,54% em outubro

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Instituto Nacional de Economia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira, 26, que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 1,20% em outubro,  0,06 ponto percentual (pp) acima da taxa de setembro (1,14%). É considerada a maior variação para um mês de outubro desde 1995 (1,34%) e a maior variação mensal desde fevereiro de 2016 (1,42%). O índice representa a prévia da inflação oficial do país, o IPCA.

A alta do IPCA-15 no ano já acumula 8,30% e, em 12 meses, de 10,34%, acima dos 10,05% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2020, a taxa foi de 0,94%.

O item de maior impacto individual (0,19 pp) no mês de outubro, a energia elétrica (3,91%) foi destaque no grupo habitação (1,87%). Segundo o IBGE, a alta decorre, em grande medida, da vigência da bandeira tarifária da alegada escassez hídrica, em todo o período de referência do índice, com acréscimo de R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, o mais alto entre todas as bandeiras.

Gás de cozinha

Segundo informa o IBGE, durante o período base do IPCA-15, vigorou tanto a bandeira escassez hídrica, na primeira quinzena de setembro, quanto a bandeira vermelha patamar 2, na segunda quinzena de agosto. Outra contribuição importante dentro do grupo veio do gás de botijão (3,80%), cujos preços subiram pelo 17º mês consecutivo e acumulam, em 2021, alta de 31,65%.

Combustíveis

Nos grupos analisados, a maior variação foi no de transportes (2,06%) que, além das altas nas passagens aéreas e nos combustíveis, registrou variação positiva em automóveis novos (1,64%), usados (1,56%) e nas motocicletas (1,27%). No caso dos automóveis usados, trata-se da 13ª alta consecutiva, acumulando 13,21% de variação nos últimos 12 meses.

No grupo dos transportes, as passagens aéreas foram o destaque, com alta de 34,35%, registrando impacto de 0,16 ponto percentual. Houve aumento no preço das passagens em todas as regiões, sendo a menor delas em Goiânia (11,56%) e a maior no Recife (47,52%). Os combustíveis continuam em alta (2,03%) e pressionando os preços. A gasolina, componente com o maior peso do IPCA-15, subiu 1,85% e acumula 40,44% em 12 meses. Os demais combustíveis também subiram: etanol (3,20%), óleo diesel (2,89%) e gás veicular (0,36%).

Alimentação

Segundo a pesquisa, o grupo de alimentação e bebidas (1,38%) foi influenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que passou de 1,51% em setembro para 1,54% em outubro. Os preços das frutas subiram 6,41% e contribuíram com 0,06 ponto percentual de impacto. Houve alta também nos preços do tomate (23,15%), da batata inglesa (8,57%), do frango em pedaços (5,11%), do café moído (4,34%) do frango inteiro (4,20%) e do queijo (3,94%).

Por outro lado, foi registrada queda nos preços da cebola (-2,72%) e, pelo nono mês consecutivo, do arroz (-1,06%). As carnes, após 16 meses seguidos de alta, tiveram queda de 0,31%.

Comer fora ficou mais caro

A alimentação fora do domicílio acelerou na passagem de setembro (0,69%) para outubro (0,97%), principalmente por causa do lanche (1,71%), cujos preços haviam recuado 0,46% no mês anterior. A alta da refeição (0,52%), por sua vez, foi menor que a observada em setembro (1,31%).

De acordo com o levantamento, todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em outubro. O menor resultado ocorreu em Belém (0,51%), devido à queda nos preços do açaí (-4,74%), das carnes (-0,98%) e dos itens de higiene pessoal (-0,64%). A maior variação foi registrada em Curitiba (1,58%), com altas da energia elétrica (4,15%) e da gasolina (3,47%).

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