EDUCAÇÃO

Viagem à antigüidade

Marcelo Mena Barreto / Publicado em 6 de março de 1998

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Reserve seu lugar na história é o slogan da nova campanha de sindicalização do Sinpro/RS que, a exemplo da edição de 1996, está oferecendo o sorteio de duas viagens internacionais, com direito a acompanhante, para os atuais e futuros sócios da entidade. A diferença deste ano é que, ao contrário da promoção anterior, onde os ganhadores indicavam seus roteiros de duas semanas na Europa, foi estabelecido igual período entre Grécia e Roma.

Vinculada ao sexagésimo aniversário do sindicato (leia matéria), a campanha tem o objetivo de impulsionar a meta de 1.479 novos sócios para este ano, estabelecida pela direção da entidade no planejamento estratégico realizado em janeiro passado.

A ampliação sistemática do quadro social do Sinpro/RS, além de fortalecer a organização da categoria, está inserida na estratégia de construir paulatinamente a auto-sustentação da entidade, fazendo-a depender cada vez mais da livre associação de sua categoria. A fórmula elaborada pela diretoria do sindicato é simples: ano-a-ano se reduz um percentual da contribuição assistencial (taxa cobrada dos professores, independente de associação, devido a negociação dos acordos salariais) e estipula-se o número correspondente de novos associados para “cobrir” a queda de receita.

Este ano, além dos 2% já reduzidos de 95 para 97, mais 0,5% será diminuído, e os associados da entidade não terão desconto das mensalidade nos meses em que as parcelas da contribuição assistencial serão cobradas (3% em abril e 2,5% em julho). A redução de receita está estimada em R$ 230 mil.

CAMPANHA – Cada professor associado ao Sinpro/RS, independente de apresentar ou não um novo sócio à entidade, recebe em casa uma cartela com sete números e concorre ao primeiro sorteio, no dia 06 de junho, de uma viagem a Grécia e Roma, com direito a um acompanhante. A segunda premiação, em que participam aqueles que apresentarem novos sócios no período de 1º de março a 29 de maio, concorrem no sorteio marcado para o dia 13 de junho. Nesta, a cada novo sócio apresentado, o participante recebe sete números, podendo ampliar suas chances. Os números serão sorteados pela extração da loteria federal. Na campanha anterior foi sorteada a professora Tânia Graffitti, de Três Passos, que viajou no final do ano passado com seu marido (leia entrevista), e o professor Danilo Cariolatto, de Alegrete, que viaja à Europa em junho próximo, com a esposa e as duas filhas.

Tânia quer voltar à Europa
Dóris Fialcoff

A professora Tânia Regina Graffitti foi colocar os olhos bem perto de alguns dos pontos da História que ensina em sala-de-aula. Imagens que antes só via nos livros, agora estão ali, no seu álbum pessoal de fotografias. O que era um sonho se tornou realidade, conheceu o lugar onde nasceram os bisavós italianos. Tânia provou um pouco dos costumes, do idioma e da cultura de suas raízes, diretamente em Verona, Veneza e Roma.

Essa viagem é resultado de sua dedicação como professora filiada ao Sinpro/RS, e que participou da campanha de sindicalização de 1996. Ela foi uma entre os tantos professores sindicalizados que fortaleceram sua entidade, aumentando o quadro de associados e, por causa disto, concorreu a uma viagem à Europa. E ela ganhou. “Foram dois anos de faculdade”, compara a professora, que revela sua expectativa para a campanha deste ano: “eu vou voltar, vou ganhar de novo”.

Extra Classe – Quando você viajou?
Tânia Graffitti – Saímos do Brasil dia 18 de dezembro e chegamos em Madri no dia 20, onde iniciou o nosso passeio.

EC – Para que lugares você foi?
TG – Iniciamos a viagem na Espanha(Madri), seguimos para França (Burdios, Paris), Suíça (Zurique, Luzerna), Áustria (Insbruck) e Itália (Verona, Veneza e Roma).

EC – Quanto tempo durou a viagem?
TG – Dezessete dias.

EC – Já tinha viajado ao exterior?
TG – Nunca. Do Brasil conheço apenas alguns lugares do Sul.

EC – Antes da campanha de sindicalização, isto estava nos teus planos?
TG – Pensava em conhecer a Itália, mas não imaginava que o meu sonho pudesse ser concretizado. Como se ganha muito pouco, torna-se difícil viajar para o exterior.

EC – Como foi a escolha do roteiro?
TG – Escolhi Espanha, França e Itália, Suíça e Áustria já eram parte do roteiro. A escolha destes países foi porque tinha curiosidade em conhecer um pouco mais da sua história, sua cultura. A Itália era o meu sonho. Como minha família é italiana, tinha vontade de ver o lugar onde meus bisavós nasceram, seus costumes, sua língua e a cultura.

EC – O que gostaria de contar sobre esta experiência, o que significou profissionalmente?
TG – Esta viagem me proporcionou muitas experiências novas, desde algumas dificuldades com os idiomas, até as mais variadas emoções diante de tanta beleza. O que me chamou a atenção nesses países foi a sua organização, a preocupação com o meio ambiente e a preservação e valorização de sua cultura. Nas cidades que visitei percebi que o povo tem o maior carinho pela sua história. Quanto ao aspecto profissional, esta viagem me levou a conhecer, ao vivo, certos elementos da História que trabalho com os alunos, e que de agora em diante serão mais fáceis, pois já não estão mais tão distantes. Um exemplo foi conhecer o Palácio de Versailes, não imaginava que fosse tão grande e tão belo. As experiências vividas e o material coletado serão instrumentos que irão auxiliar o meu trabalho, e certamente o dos meus colegas.

EC – Algum fato pitoresco, curioso?
TG – Chegamos em Madri no dia 20 de dezembro, nos hospedamos no hotel e recebemos o roteiro da agência de viagem (da Europa), que não conferia com o roteiro que levamos do Brasil. No meu, a nossa saída para a França estava marcada para o dia 22 de dezembro. Então acordamos cedo, às 6 horas, arrumamos as malas e ficamos esperando o ônibus. Só que a saída era no outro dia, 23. Tivemos de voltar ao quarto e esperar.

EC – Já contou a viagem para aqueles que sindicalizou ao Sinpro/RS na campanha de 1996?
TG – Não, como estão todos de férias, ainda não nos encontramos. Mas estou ansiosa por isso.

EC – Mais algum comentário?
TG – Considero importantes estas promoções que o sindicato faz, oferecendo aos sindicalizados a oportunidade de sair do país e conhecer novos lugares e, com isso, incentivar novos sócios. Para termos a certeza que possuímos todas as condições de sermos um país rico, onde as pessoas possam viver dignamente, e saber como é bom morar no Brasil.

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