EDUCAÇÃO

Oposição queria chapa única

Publicado em 20 de julho de 1998

Uma das principais críticas da chapa 2 diz respeito à negativa da situação em aceitar a renovação da direção do Sinpro/RS, através de uma convenção que reunisse as lideranças da categoria, simpatizantes da Central Única de Trabalhadores em uma chapa única. Para a chapa 1, a convenção é apenas uma das formas de formação de chapas.

A convenção é um processo de formação de uma chapa, com base no critério da proporcionalidade entre as mais variadas posições de uma instituição política, sendo os cargos de direção preenchidos conforme o número de votos de cada força.

Conforme Ricardo Fortes e Rejane de Oliveira, da oposição, a convenção é uma orientação da CUT. “A atual diretoria abriu mão do princípio democrático quando não aceitou mais a convenção”, conclui Rejane. “Mesmo sabendo das divergências, nós entendíamos ser membros de uma mesma central e que esse não era o melhor momento para se criar uma disputa, por ser um ano de eleições federal e estadual. Defendemos a convenção mesmo compreendendo que eles eram majoritários e, portanto, comporiam a maior parte da diretoria. Mas, a resposta foi negativa”, completa Ricardo.

Quando integraram a direção do Sinpro/RS (gestão 92/ 95), Ricardo e Rejane lembram que concorreram em chapa única, definida numa convenção eleitoral cutista. Afirmam que foram excluídos em 95, na composição da atual diretoria do sindicato, mas, mesmo assim, nunca abdicaram dessa forma de composição de chapa. “Para esse processo eleitoral, promovemos até uma reunião com a direção do Sinpro e o presidente da CUT, Francisco Vicente”, explana Ricardo. Rejane considera a postura uma contradição dos atuais dirigentes, pois “o Sindicato trabalha o processo de convenção nos demais setores onde participa, como a CUT e a Fetee-Sul (N.R. Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do RS). Mas quando percebe que existem duas posições divergentes dentro do Sinpro, abre mão desse princípio para garantir a hegemonia”, diz. Rejane considera ainda que a pluralidade não deve ser vista como algo que inviabiliza, mas que junte idéias.

Para os integrantes da chapa 1, Sinpro presença e ousadia, a convenção nada mais é do que uma das formas de se constituir uma chapa. “É uma orientação da CUT, não uma obrigação, até mesmo porque hoje, em vários sindicatos, mais de uma chapa cutista disputam entre si”, relata Enécio da Silva. “Com o grau de divergência que temos, é impossível fazer uma chapa única”, pondera Marcos Fuhr, para o qual uma convenção é restrita a militantes. “Quem tem que decidir sobre propostas divergentes não é meia dúzia de militantes, mas o conjunto da categoria”, conclui.

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