EDUCAÇÃO

Sinpro/RS tem novo representante no CEED

Da redação / Publicado em 13 de maio de 2002

Desde o final de abril, o Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) conta com uma nova representante junto ao Conselho Estadual de Educação (CEED): a professora Cecília Bujes, cujo nome foi aprovado pela assembléia geral dos professores do dia 06 de abril, em Porto Alegre. Diretora do Sindicato desde 1996, como coordenadora das secretarias de Assuntos Jurídicos e de Educação, Cecília atua no magistério privado há 23 anos.

O diretor do Sinpro/RS, Amarildo Cenci, diz que a indicação do nome de Cecília surgiu pelo seu perfil de professora e sindicalista. “Além de educadora, ela domina as concepções, as políticas e as lutas do Sindicato”, expõe Cenci. “A questão de maior importância para nós, no momento, é justamente colaborar, participar e construir possibilidades que ensejem uma educação de maior qualidade”, destaca Cecília.

A professora assume a vaga deixada por Marcos Fuhr, cujo mandato encerrou no último dia 15 de abril. Fuhr iniciou o trabalho junto ao Conselho em 1996, cumprindo um mandato tampão de dois anos, sendo reconduzido por mais quatro anos. “A presença do professor Marcos fortaleceu a importância do CEED dentro do Sinpro/RS. Foi uma participação articulada, expressando as opiniões e a concepção que o Sindicato tem sobre educação”, observa Cecília. “É importante destacar que o nosso compromisso com a qualidade da educação faz com que tenhamos maior interesse em participar institucionalmente nos fóruns de decisão”.

Conforme Fuhr, o CEED, com seu caráter fiscalizador, consultivo e normativo, é fruto da vitalidade da comunidade escolar do Rio Grande do Sul, “que soube, no momento da constituinte estadual de 89, pleitear sua representação no CEED”. Para ele, o Conselho deve ser valorizado por ser o único do Brasil com a predominância de conselheiros indicados pela comunidade escolar e também por ser constitucionalmente definido. “O CEED está referido na constituição do Estado como órgão responsável pelo Sistema Estadual de Ensino”, observa.

Em 1995 (pela Lei 10.591), o Sinpro/RS teve a sua representação ampliada para duas cadeiras – atualmente uma delas é ocupada pela professora Antonieta Mariante, que inclusive é presidente do Conselho – havendo uma maior aproximação da entidade sindical com esse órgão. “O objetivo, a partir de então, era fazer com que o CEED fosse um espaço para repercussão do que acontecia no ensino privado e que procurasse disciplinar a ação da iniciativa privada”, afirma o ex-conselheiro.

Fuhr participou das comissões de Ensino Supletivo, Educação Profissional, Ensino Médio e Educação Superior. “Atuei para a reformulação do ensino supletivo, que resultou no Parecer 774 e Resolução 250, de 1999, me empenhando para que este tipo de educação fosse tão qualificada quanto o ensino regular”. Na comissão de ensino médio, a presença do Sinpro/RS também foi marcada pela preocupação com qualidade e segurança. “Quando cheguei no Conselho estava crescendo a demanda pelo ensino médio, o que conseqüentemente fez aumentar a preocupação com a infra-estrutura das escolas. Em função disso, foi elaborado o parecer 580/ 2000, que estabeleceu exigências precisas quanto aos ambientes das escolas”.

Marcos Fuhr também foi relator da resolução 263, de 2001, que regulamentou a aprovação de cursos e o credenciamento de instituições de educação superior no Sistema Estadual de Ensino. Essa resolução foi elaborada para o estabelecimento da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). “Foi uma das experiências mais ricas que tive no Conselho e também uma das discussões mais tensionantes. Havia uma intenção do Governo de que o Conselho cumprisse um papel meramente formal na aprovação da UERGS. Travamos uma luta intensa para que o Conselho incidisse efetivamente sobre a instituição, que estava sendo criada, com base na preocupação com seu caráter público e a sua qualidade do ensino”. Ele diz que o Conselho conseguiu estabelecer resistências, apresentou exigências e incidiu sobre o processo de forma eficiente. “Por isso, a UERGS ainda não foi credenciada. Para o Sistema Estadual de Ensino ela não é uma universidade até que diversas providências solicitadas pelo CEED sejam cumpridas, o que acreditamos, ocorra ainda neste semestre. De fato o que existe hoje é um somatório de cursos oferecidos pela Fundação Universidade Estadual do RS”, completou.
A nova conselheira
A professora Cecília Bujes começou a lecionar Língua Portuguesa para turmas do ensino médio, em 1978, no Colégio São Judas Tadeu, em Porto Alegre. Na mesma escola, foi professora de Literatura Brasileira, Redação e Expressão e de Língua Portuguesa para o ensino fundamental e Coordenadora de Língua Portuguesa. No Instituto Estadual General Flores da Cunha foi professora de Português, do Laboratório de Linguagem, coordenadora da equipe de Língua Portuguesa e vice-diretora do ensino fundamental, de 1983 a 1996. Trabalhou na PUCRS como professora de Prática de Ensino de Português e também na disciplina de Metodologia do Ensino de Português, ambas do Curso Letras.

No Colégio Nossa Senhora do Rosário também lecionou a disciplina de Língua Portuguesa para o ensino médio. De 88 a 91, foi professora de Lingüística e Português na Ulbra. Na UFRGS lecionou Língua Portuguesa no Curso Básico.

Em 1991 atuou como professora do Laboratório de Aprendizagem do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho e, no ano seguinte, começou a dar aulas de Português (ensino médio) e Literatura Brasileira. Em 99 passou a coordenar o Departamento de Português e Literatura Brasileira da mesma instituição, onde ainda trabalha. Desde 1992 é professora de Lingüística no curso de Letras da Faculdade Ritter dos Reis.
Notas
Fórum de Educação
A próxima edição do Fórum Mundial de Educação acontecerá em novembro, em Porto Alegre. A data foi decidida pelo Comitê de Organização (CO) do evento que é composto por mais de 70 entidades. O CO está recebendo sugestões para sistematização de temas, critérios e infra-estrutura pelo e-mail organizacao@forummundialdeeducacao.com.br
Mensalidades atrasadas
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) estabeleceu que as instituições de ensino têm, no máximo, um ano para cobrar mensalidades atrasadas, contando a data de vencimento. A decisão foi divulgada em 18 de abril graças a sentença de um processo movido pela dona de casa Maria de Lourdes Oliveira que em 1996 deixou de pagar seis mensalidades do Curso Nacional de Medicina (Vitória/ES) que sua filha cursava. A decisão foi favorável à dona de casa.

Pós-graduação cresce 132%
De 1995 a 2000, o número de matrícula na pós-graduação de universidades federais cresceu 132%. Em 2000, foram produzidas 8.605 dissertações de mestrado contra 4.093, em 1995 – um aumento de 110%. Ainda maior foi o crescimento das teses de doutorado – 162% – pulando de 597 para 1.566. O levantamento foi feito pela Andifes.

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