EDUCAÇÃO

Escolas propõem reajuste abaixo da inflação

Publicado em 6 de abril de 2003

Dirigentes patronais apresentaram proposta de 12% de reajuste salarial, parcelado em duas vezes (10% em março e 2% em setembro). O percentual, bem abaixo da inflação do período, 17,66% (reivindicação dos professores), foi rejeitada pelo Sinpro/RS. “A qualidade do ensino privado gaúcho tem sido garantida pela manutenção do poder aquisitivo dos salários”, destaca Amarildo Pedro Cenci, diretor do Sindicato. “Não repor a inflação desencadeará um processo de instabilidade”. O Sinpro/RS realizará no próximo dia 12, assembléia geral, em Porto Alegre. O encontro será às 14 horas, no Instituto de Educação. Após, o Sinpro/RS realizará uma reunião com os professores de idiomas.

A proposta de 12% não condiz com o desempenho das instituições do ensino privado gaúcho, assegura Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS. “Nos últimos cinco anos, as anuidades da Educação Básica foram reajustadas, em média, 30,31% acima da inflação, e da Educação Superior, 35,5%”, expõe. “Houve redução no número de alunos, mas as escolas já se ajustaram a esta nova realidade, no final do ano passado, reduzindo carga horária e demitindo professores. Agora, não repor a inflação significa penalizar duplamente os professores”.

O diretor lembra também de um estudo do Dieese/Regional Sul que revelou crescimento no número de escolas e de cursos oferecidos (ver págs. 10 e 11 desta edição). De 1997 a 2002, foram criadas 252 novas instituições de ensino privado no Rio Grande do Sul e 768 novas ofertas de ensino (ampliação de séries do ensino fundamental, médio, educação infantil, autorização de cursos técnicos e educação de jovens e adultos). “Um levantamento do Sinpro/RS apontou também crescimento na Educação Superior com a expansão das instituições já existentes (vários campi) e surgimento de novas”, destaca.

Diante do impasse com relação ao reajuste, os sindicatos instituíram uma subcomissão específica para dinamizar as negociações sobre as cláusulas de reflexo econômico. A subcomissão deverá buscar uma fórmula que contemple a reivindicação dos professores e funcionários. “Não abrimos mão da reposição integral da inflação”, assegura Fuhr.

ASSEMBLÉIA GERAL – No último dia 31, os sindicatos de professores e funcionários publicaram um apedido no jornal Correio do Povo, denunciando a tentativa de arrocho salarial. “A qualidade do ensino privado gaúcho sempre foi um diferencial também pela manutenção dos salários dos profissionais. Não podemos permitir que isso seja ameaçado”. O Sindicato reunirá a categoria, em assembléia geral, no próximo dia 12 de abril, em Porto Alegre, para discutir sobre o andamento das negociações salariais.

CURSOS DE IDIOMAS – Depois da assembléia, o Sinpro/RS realizará uma reunião com os professores de idiomas para discutir e deliberar sobre as propostas apresentadas, no dia 19 de março, pela comissão patronal que está negociando uma Convenção Coletiva de Trabalho específica para os cursos livres.

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