“A plenitude da atividade humana é alcançada somente quando nela coincidem, se acumulam, se exaltam e se mesclam o trabalho, o estudo e o jogo; isto é, quando nós trabalhamos, aprendemos e nos divertimos, tudo ao mesmo tempo. (…) É o que eu chamo de ‘ócio criativo’, uma situação que, segundo eu [penso], se tornará cada vez mais difundida no futuro” (O ócio criativo, página 148, Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2000).
O parágrafo acima, de autoria de Domenico De Masi, resume de forma pragmática a teoria do ócio criativo que o sociólogo italiano vem propondo à sociedade ocidental nos últimos anos. Desde então, a mídia especializada tem divulgado o tema e suas implicações no moderno mundo do trabalho, assim como alguns teóricos e profissionais da saúde têm defendido que as pessoas devem aprender a ocupar o seu tempo livre com atividades que tragam prazer e agreguem valor. Em consonância com o debate que envolve o poder do ócio criativo, e para tratar do tempo livre e dos critérios que devem ser utilizados para decidir o que fazer com ele, o Sinpro/RS está promovendo, juntamente com o Grupo de Pesquisa em Psicologia Comunitária da PUC-RS e o Curso de Psicologia da Unisinos, o seminário Um olhar criativo sobre o tempo livre. O evento vai acontecer no dia 9 de julho, sábado, das 9h às 12h30, no Grande Hotel (Rua Riachuelo, nº 1070, sala Atenas), em Porto Alegre.
A idéia dos organizadores é iniciar discussão com a categoria para destacar, quantificar e relacionar as atividades que o professor realiza nos momentos em que não está trabalhando. “A proposta é sugerir outra condição ao professor, de caráter mais humanista, voltada à sua pessoa, mostrando como ele utiliza o seu tempo livre e como isso pode interferir em sua qualidade de vida”, explica o diretor do Sinpro/RS, João Luiz Stein Steinbach.
Imagem Positiva – “Obstante o professor tenha que trabalhar com várias frentes conflituosas e desgastantes na sala de aula como a indisciplina, o comportamento bullying (violência escolar), o transtorno de déficit da atenção, a hiperatividade (TDAH), entre outros problemas, o Sinpro/RS quer trabalhar com a imagem positiva da categoria”, explica o diretor. “Não queremos vincular a figura do professor apenas às questões didáticas/pedagógicas latentes de seu ofício. O exercício do magistério traz uma tensão muito grande e o profissional da educação precisa descarregar suas tensões”, diz João Steinbach. A partir desta constatação, o Sindicato procurou os professores Ieda Rhoden e Jorge Sarriera, ambos psicólogos e especialistas no assunto para a realização de um debate mais amplo.
Além de Ieda Rhoden, doutora em Ócio e Potencial Humano pela Universidade de Deusto/Espanha e professora da Unisinos, e de Jorge Castellá Sarriera, doutor em Psicologia Social e coordenador do Grupo de Pesquisa em Psicologia Comunitária da PUC-RS, o Seminário terá a participação de outros profissionais da área de saúde. O Grupo Andanças (Ufrgs) vai encerrar o encontro, e um vídeo do Seminário será disponibilizado no site do Sinpro/RS. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na sede do Sindicato (Avenida João Pessoa, 919). Informações (51) 3211.1900, ramal 237. A programação completa está emwww.sinprors.org.br.