Tradicionalmente realizada em Porto Alegre, para marcar o início do ano letivo dos professores do ensino privado no Estado, a Aula Inaugural 2006 será ampliada para mais quatro cidades: Bento Gonçalves, Pelotas, Santa Maria e Santa Rosa. “Já consolidada em Porto Alegre, o Sinpro/RS está realizando as aulas inaugurais também em algumas Regionais, facilitando o acesso de mais professores a essas atividades que visam a estimular os professores para um novo período”, observa Cecília Bujes, diretora do Sinpro/RS.
Em Bento Gonçalves e Porto Alegre, a aula será ministrada pelo jornalista Caco Barcelos, nos dias 6 e 7 de março, respectivamente; em Santa Rosa, no dia 7 de março, o palestrante será o Frei Betto, militante da paz; em Pelotas, a aula será no dia 9 de março, com o advogado e jornalista Hélio Bicudo, defensor dos Direitos Humanos. Já em Santa Maria será no dia 10 de março, com o Frei Luis Flávio Cappio, bispo diocesano de Barra, Bahia, ativista ecológico.
As inscrições para a aula de Porto Alegre devem ser realizadas na sede estadual do Sindicato (Avenida João Pessoa, 919). No Interior, diretamente na sede das respectivas regionais. A programação completa com locais e horários de todas as aulas estará disponível no portal do Sinpro/RS (www.sinprors.org.br). Esta é a quinta edição da Aula Inaugural realizada pelo Sinpro/RS. Confira uma breve apresentação dos palestrantes deste ano.
CACO BARCELOS – Nasceu em Porto Alegre, em 1950. Formado em Jornalismo pela PUCRS, iniciou sua carreira no jornal Folha da Manhã. Durante a ditadura, atuou na imprensa alternativa. Depois de passar pelas redações das revistas IstoÉ e Veja, foi contratado como repórter especial doJornal Nacional, do Fantástico e do Globo Repórter, na Rede Globo de Televisão. Em 2002, tornou-se correspondente da emissora em Londres e depois em Paris. Atualmente é repórter especial da Rede Globo.
HÉLIO BICUDO – Nasceu em Mogi das Cruzes, SP, em 1922. Concluiu a faculdade de Direito em 1947. Nesse ano, ingressou no Ministério Público do Estado. Foi promotor público, assessor do procurador-geral da Justiça e procurador da Justiça, e deputado federal por dois mandatos (1991 e 2000). Em 1997 foi eleito membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Em 2000, tornou-se presidente da Fundação Interamericana de Defesa de Direitos Humanos. É autor dos livros Direitos Civis no Brasil, existem? e Meu depoimento sobre o esquadrão da morte; entre outros.
DOM FREI LUIS FLAVIO CAPPIO – Nasceu em Guaratin-guetá (SP), em 1946, filho de pais italianos. Trabalhou inicialmente junto à Pastoral do Mundo do Trabalho, Pastoral Operária, na periferia de São Paulo. Em 1974 partiu para o sertão. Fiel a mais original tradição franciscana, chegou ao sertão apenas com a roupa do corpo, sendo acolhido pelas famílias pobres e com elas vivendo. Foi na área da Diocese de Barra, ribeirinha do São Francisco, a região onde se estabeleceu. Entre 4 de outubro de 1992 e 4 de outubro de 1993 empreendeu junto com uma religiosa franciscana (Irmã Conceição), um agricultor e sindicalista (Orlando Rosa de Araújo) e um sociólogo (Adriano Martins), uma peregrinação da nascente à foz do Rio São Francisco, um marco na luta pela preservação do Rio São Francisco e das populações ribeirinhas. Em 1997 foi ordenado bispo diocesano de Barra. D. Frei Luis é autor do livro Rio São Francisco – Uma caminhada entre vida e morte (Editora Vozes) e do Catecismo Água Viva (Editora Santuário).
FREI BETTO – Nasceu em 1944 em Belo Horizonte (MG). Cristão da Ordem Dominicana, tem 48 livros publicados (15 traduzidos para outros idiomas). É jornalista, antropólogo, filósofo e teólogo. Junto a Leonardo Boff, compõe o quadro dissidente da Igreja Católica que fundou as bases da Teologia da Libertação. Foi consagrado intelectual do ano, em 1986, pela União Brasileira de Escritores e homenageado pela Fundação Kreisley, de Viena, por seus trabalhos em defesa dos direitos humanos. Quando jovem, ainda frade dominicano, esteve envolvido com as lutas revolucionárias de seu tempo, com a política e a arte. Militante de esquerda, simpatizante da luta armada, se dividia entre os estudos de Filosofia, o Jornalismo e a Arte. Participou da Juventude Estudantil Católica e foi preso em 1969 por seu trabalho de oposição ao regime militar. Ficou quatro anos na prisão. Animou a atividade das Comunidades Eclesiais de Base em todo o país.