EDUCAÇÃO

Doenças profissionais

Publicado em 15 de novembro de 2007

As doenças que acometem os trabalhadores podem apresentar-se de duas formas: doenças profissionais – as que estão diretamente relacionadas à atividade e são a ela inerentes – e doenças do trabalho – aquelas onde o trabalho não é a única causa, exercendo igual influência o ambiente laboral que produz doenças incapacitantes.

As doenças profissionais ou ocupacionais também são conhecidas como ergopatias, idiopatias, doenças profissionais típicas, doenças profissionais verdadeiras ou tecnopatias propriamente ditas e definidas como as que são “produzidas ou desencadeadas pelo exercício profissional peculiar a determinada atividade” (MONTEIRO, Antônio Lopes. Acidente de Trabalho e doenças ocupacionais. São Paulo : Saraiva, 1998, p. 11).

Possuem no trabalho sua causa única, ou seja, são doenças típicas de algumas atividades, peculiares ao exercício de determina-das profissões. Na interpretação de Wladimir Novaes Martinez (Comentários a lei básica da previdência social, São Paulo: LTr, 2003), são enfermidades que acompanham o trabalhador até em outras empresas, perseguindo-o durante toda sua vida laboral (p. 174).

São as lesões que se prolongam no tempo, motivadas por posturas incômodas, viciosas e fatigantes, esforços repetitivos, excessiva atenção e concentração, contato com o público que acarrete desgaste físico, trabalho direto com pessoas em atividades de atenção, desenvolvimento e educação que acarretem desgaste psíquico e físico (SATO, Leny, Conceito de trabalho penoso, In Revista CIPA, v. 15, n. 179, p. 41, 1984).

O trabalho docente pode ser classificado como atividade propensa a desencadear doenças profissionais, pois há elevada incidência de lesões físicas (em tendões e articulações, nas cordas vocais, na coluna vertebral) que provocam dores permanentes e cujos tratamentos, sejam medicamentosos, sejam invasivos (como a cirurgia), apenas amenizam os problemas, podendo resultar, em muitos casos, na perda de capacidade motriz. Isto sem falar nas lesões psíquicas (depressão, síndrome do pânico, dentre outras), que têm justificado um número expressivo de afastamentos por auxílio-doença.

É fundamental que os professores busquem acompanhamento médico especializado, aos primeiros sintomas. Por fim, é importante que se diga que a legislação exige dos empregadores que implementem mecanismos de contenção de danos à saúde do trabalhador, bem como a proteção ao emprego, para trabalhadores portadores de doenças profissionais.

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