O ‘não’ educativo
Reprodução
Reprodução
“O excesso de trabalho extraclasse é o maior problema dos professores do ensino privado hoje, afetando a sua saúde, relações sociais e familiares e a própria qualidade do ensino”, observa Cecília Farias, diretora do Sindicato. “É fundamental mudar esta cultura de que ao professor cabe tudo e em qualquer hora. O professor precisa de tempo para descansar, pensar, conviver com os seus ou mesmo não fazer nada”.
Durante toda a 2ª Semana da Consciência Profissional o Sindicato estará debatendo com os professores sobre a importância de impor limites às direções das instituições de ensino em relação às demandas de trabalho. “Trata-se de um processo educativo”, expõe Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS. “Os professores vão assumindo cada vez mais tarefas e trabalhos tensionados pelas instituições de ensino. Dizer não a essas atividades, preservar o direito ao descanso, é uma decisão pessoal que tem reflexo no coletivo”.
Para subsidiar o debate, o Sindicato está publicando nas páginas centrais desta edição do Extra Classe um caderno especial sobre o direito à preguiça, ao descanso, ao ócio, ao lazer, ao não trabalho, ao tempo livre, à vida. “A 2ª Semana da Consciência Profissional trabalha pelo positivo. Dizer não aos excessos é dizer sim a sua qualidade de vida”, finaliza Flávio Henn, diretor do Sinpro/RS – Regional Santa Cruz do Sul.
D3 Comunicação D3 Comunicação
Inspirada na campanha Domingo de Greve realizada pelo Sinpro/RS em 2011 para denunciar para a sociedade o excesso de trabalho extraclasse a que os professores são submetidos, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino está chamando uma paralisação nacional dos professores do ensino privado para o dia 20 de outubro. “É umas das principais causas da exaustão e do adoecimento dos docentes em todo o país”, justifica Cássio Bessa, secretário-geral da Contee.
O assunto foi discutido em maio deste ano no I Seminário Nacional Profissão Professor – Trabalho Extraclasse x Direito ao Descanso. O evento contou com a participação da ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Delaíde Arantes e o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), da Associação dos Magistrados do Rio Grande do Sul (Amatra), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Federação dos Trabalhadores dos Estabelecimentos de Ensino (Fetee/Sul) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Ensino (Contee).