Foto: Carlos Carvalho/Sinpro/RS
Foto: Carlos Carvalho/Sinpro/RS
Tradicionalmente, o recesso escolar de final de ano é um período com muitos desligamentos nas instituições de ensino privado. Este ano, aplicamos o levantamento para entender melhor como e por que ocorrem essas demissões”, explica Cecília Farias, diretora do Sinpro/RS. A pesquisa apontou que 66% das dispensas são por iniciativa do empregador. No caso do trabalho extraclasse, além de invadir a vida pessoal do professor, sem a devida remuneração, 58% dos docentes não guardam registros ou evidências desse trabalho. Cecília alerta os professores para o Ponto Extraclasse, planilha eletrônica disponibilizada no site do Sindicato para registro das atividades. “É uma forma simples e prática e que pode ser muito útil em futuras discussões judiciais”, afirma.
Outros pontos que marcaram a trajetória dos docentes nas instituições foram o assédio moral por parte de superiores hierárquicos e a redução de carga horária e salário.
Atendimento psicológico
Tradicionalmente, o Sinpro/RS oferece atendimento psicológico aos professores no ato das rescisões, momento, segundo a direção do Sindicato, dedicado à reflexão e ao acolhimento. Dos mais de cem docentes ouvidos, alguns discursos são recorrentes como a desautorização do professor, a mercantilização da educação, com o aluno cada vez mais sendo tratado como cliente, ausência de sinalização da demissão, Síndrome de burnout, entre outros. Destaca-se, ainda, um questionamento latente nas falas dos professores demitidos “Qual é o lugar do professor hoje?”. Para Cecília, isso demonstra o quanto é inexistente e frágil o investimento que as instituições fazem até mesmo em temas de seu interesse, como o papel do professor na comunidade escolar.