EDUCAÇÃO

Legitimidade e expectativas

Por Marcos Júlio Fuhr / Publicado em 13 de outubro de 2016

O mês de setembro foi momento de eleição no Sinpro/RS. A coleta dos votos nos dias 13, 14 e 15 foi apenas a culminância de um processo que começou na assembleia geral do Sindicato em 25 de junho.

Eleição de Comissão eleitoral, editais, prazos, reuniões e muita conversa para definir uma chapa completa, com todos os cargos da direção estadual, das direções regionais e do conselho fiscal preenchidos. Compromisso de chapa de situação.

No final do prazo, apenas a chapa da direção se inscreveu. Chapa única. Vitória antecipada? Comemoração? Nem pensar! Havia um longo processo pela frente. Um mês e meio de campanha eleitoral e, é claro, também a organização de uma enorme operação logística para oportunizar a manifestação dos professores. Tarefa e compromisso de quem é direção de um Sindicato com mais de 21 mil associados. Aliás, um dos maiores sindicatos de trabalhadores do Rio Grande do Sul e um dos maiores de professores do ensino privado no Brasil.

O desafio era organizar a maior eleição da história do Sindicato. Tratava-se de preparar estrutura e condições para oportunizar, e principalmente, buscar o voto do associado do Sinpro/RS no processo eleitoral para definir sua direção e legitimar sua representação sindical.

Tarefa só aparentemente fácil, mas, na prática, complexa e, em muitas circunstâncias, difícil e paradoxal, uma vez que o voto é um ato que nem sempre é exercido como direito. Não faltaram resistências, desmerecimentos, ironias e até indignações pela falta de opção face à chapa única que constava na cédula. Manifestações todas respeitáveis. A categoria é esta diversidade ampla e com muitas expectativas.

A maioria dos associados, no entanto, nas escolas, faculdades, universidades ou mesmo em casa (aposentados e os atuantes em pequenas instituições) via Correio, atende prontamente o convite para votar, rápido e fácil nas 257 urnas que nos três dias estavam à disposição para receber o voto dos professores.

A chapa eleita assumiu-se de situação com orgulho em todos os momentos da campanha, e os professores, de um modo geral, sentiram-se confortáveis e à vontade para apoiar a continuidade de um projeto sindical que prestigia a categoria. Uma atuação sindical que contempla os interesses corporativos, assim como participa e protagoniza a luta pelos direitos dos trabalhadores em todas as frentes e conjunturas.

Sombrias são as perspectivas do próximo período, grande será o desafio de defender os trabalhadores professores frente à ofensiva do governo Temer. Em tempos que se propõem reforma de ensino por medida provisória e se prestigia o “notório saber” em detrimento da formação docente, os professores associados do Sinpro/RS legitimaram sua entidade representativa para o enfrentamento dessas adversidades.

A direção eleita agradece a confiança e reitera seus compromissos e propostas para a continuidade do projeto sindical que vem contemplando o amplo leque de expectativas da categoria.

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