A fusão da Kroton Educacional e Estácio formaria o maior grupo educacional lucrativo de educação superior privada do mundo, com mais de 1,5 milhão de alunos e faturamento na casa de R$ 8 bilhões, segundo números divulgados pelas empresas em 2016. A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou, no dia 3 de fevereiro, a impugnação ao Tribunal do Cade, para que este avalie a operação, o que deve ocorrer em até 90 dias. Em nota, o Conselho considerou a operação “complexa” e “anticompetitiva”.
Foto: reprodução
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A Kroton se manifestou por meio de nota em que ressalta que esse também foi o procedimento adotado na fusão com a Anhanguera. “As companhias buscarão uma solução negociada junto ao Tribunal do Cade com o objetivo de afastar preocupações concorrenciais identificadas e obter a aprovação da operação”, diz o comunicado. A Estácio informou que não está comentando o assunto.
Diferente da situação ocorrida na fusão entre Kroton e Anhanguera, agora, a sobreposição de mercados é muito maior, ficando em 25% de modo geral, mas chegando 50%, 80% e até 100% em alguns estados. Por isso, outros grupos concorrentes, como a Ser Educacional, estão tentando evitar o negócio, pois serão afetados diretamente.
Para Gabriel Grabowski, professor e pesquisador, com ou sem fusão, o pior para a educação é a hegemonia que esses grupos mercantis têm com a educação superior privada no país. “Isso é muito grave, beira uma irresponsabilidade do Estado e da sociedade, permitir que grupos privados mercantis tenham uma fatia tão grande do mercado educacional brasileiro”, afirma Grabowski. Ele questiona: “Numa eventual crise desses grupos, quem assumiria essa responsabilidade pelos alunos, já que eles se pautam pela oscilação na Bolsa de Valores?”.
Para Lucas da Silva Tasquetto, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), a fusão das gigantes pode trazer todos os prejuízos de um monopólio. “Concentração de mercado, aumento dos preços de matrícula, tendência de padronização, demissão, baixa da qualidade, mudança nas formas e valores de contratação de professores, todas são possibilidades que poderemos enfrentar”, destaca. Ele lembra ainda que esses grupos já se orientam pela qualidade mínima, visto que a meta deles é atingir nota 3 na escala de avaliação de 1 a 5 do MEC.
A Kroton possui quase 1 milhão de alunos matriculados nas 113 unidades e nos 910 polos de educação à distância. Já na Estácio são mais de 500 mil alunos, em 22 estados brasileiros e 90 unidades.
SESI/SENAI – Professores têm reajuste de 6,6%
A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2017, assinada pelo Sinpro/RS e Sindepars em janeiro, garante aos professores do Sesi e Senai do RS reajuste salarial de 6,6%, para 40 horas semanais, retroativo a 1º de janeiro, data base da categoria para salários de até R$ 2.765,65. Para aqueles que tem carga horária inferior a 40h será feito cálculo proporcional. Salários superiores devem receber o valor mínimo nominal de R$ 182,53, que equivale ao mesmo valor da primeira faixa. Ficou estabelecido também que em 1º de maio os salários até R$ 5.531,11 serão integralizados pelo índice de 6,6% e os salários superiores a esse valor terão reajuste integralizados em 1º de outubro. Documento na íntegra no site do Sinpro/RS.