EDUCAÇÃO

Leilão da Aelbra deverá ser cancelado

Sinpro/RS solicitou à Justiça do Trabalho o cancelamento da operação por descumprimento de prazos e a abertura de novo processo de alienação das unidades da Aelbra no Norte e Centro-Oeste
Por Gilson Camargo / Publicado em 5 de junho de 2018
Representantes do Sinpro/RS e da Aelbra realizaram audiência com o juiz Luiz Fernando Henzel, da 3ª Vara do Trabalho

Foto: Gilson Camargo

Representantes do Sinpro/RS e da Aelbra realizaram audiência com o juiz Luiz Fernando Henzel, da 3ª Vara do Trabalho

Foto: Gilson Camargo

O Sinpro/RS formalizou ao juiz Luiz Fernando Henzel, titular da 3ª Vara do Trabalho de Canoas, em reunião nesta terça-feira, 5, pedido de cancelamento do leilão das seis unidades da Associação Educacional Luterana do Brasil (Aelbra) localizadas nas regiões Norte e Centro-Oeste. As unidades da Aelbra foram levadas a leilão pela Justiça do Trabalho no dia 16 de março. Os lotes foram arrematados pelo fundo de investimentos Glory Top que, no entanto, não depositou os 20% do lance vencedor de R$ 600 milhões dentro dos prazos estipulados pela Justiça do Trabalho, o que motivou a iniciativa do Sindicato de solicitar o cancelamento do leilão judicial. O pedido foi feito depois de sucessivos adiamentos dos prazos para depósito da parcela inicial de 20% do lance pela arrematante, uma offshore de Hong Kong.

Na reunião, foi sugerido pela devedora a alienação dos bens penhoradas pela via da venda judicial direta, com prazos a serem explicitados em edital que deverá ser publicado pelo judiciário trabalhista nos próximos dias e no qual deverá constar como requisito para a aquisição a manutenção dos contratos de trabalho, das bolsas do ProUni e Proies, entre outras medidas acordadas pelas partes. Estas solicitações deverão ser avaliadas e decididas pelo juiz.

Participaram do encontro o diretor do Sinpro/RS, Marcos Fuhr, o assessor jurídico, Henrique Teixeira; o presidente da Aelbra, Paulo Seifert, e o advogado Rogério Malgarin, além do gestor Werner Kuchenbecker e o assessor jurídico, Rodolfo Wild. Os representantes da Aelbra e do Sinpro/RS reiteraram o compromisso com a solução do passivo trabalhista da instituição. “O Sindicato solicitou o cancelamento do leilão para que novas alternativas possam ser implementadas com vistas a atender a necessidade de solução das pendências trabalhistas que fragilizam hoje a instituição e seus trabalhadores”, destacou Marcos Fuhr.

A Aelbra, que além das instituições de ensino superior colocadas à venda é mantenedora da Ulbra no Rio Grande do Sul, possui um passivo trabalhista calculado em cerca de R$ 350 milhões e enfrenta dificuldades para manter em dia os salários dos professores no estado. A alternativa proposta pelo Sinpro/RS considera a informação da Aelbra quanto à existência de interessados na compra judicial direta das instituições do Norte e Centro-Oeste. Os ativos da mantenedora somam R$ 4,5 bilhões, de acordo com avaliação do judiciário juntada ao processo movido pelo Sinpro/RS em 2008, no qual foram reunidas todas as execuções de processos trabalhistas individuais em tramitação em várias comarcas do estado.

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