EDUCAÇÃO

Jesuítas se negam a substituir Paulo Freire por Anchieta

A proposta de substituição do patrono da educação brasileira partiu do deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) que ingressou com projeto de lei na Câmara Federal no dia 22 de maio
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 29 de maio de 2019

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Paulo Freire, patrono da Educação brasileira e uma das obras mais lidas nas ciências humanas

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Em uma reação rápida a apresentação de projeto de lei que objetiva a substituição de Paulo Freire pelo padre Anchieta como patrono da educação brasileira, no último dia 25, a reitoria do Santuário Nacional São José de Anchieta emitiu nota oficial manifestando sua rejeição à proposta. No texto assinado pelos padres jesuítas Nilson Marostica e Bruno Franguelli, a instituição religiosa afirma que não pode aceitar que o legado do santo católico “seja instrumentalizado para fins meramente ideológicos” e ainda ressalta a importância de Paulo Freire para o Brasil e para o mundo.

Nota do Santuário Nacional São José de Anchieta

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Nota do Santuário Nacional São José de Anchieta: a educação não parece ser prioridade na agenda do Brasil.

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Ainda contrapondo a iniciativa do deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), os sacerdotes responsáveis pelo Santuário dedicado à Anchieta afirmam que tanto o padre, que foi canonizado em 2014, quanto o educador Paulo Freire “caminham na mesma direção”.

Os jesuítas, em sua nota, ainda alfinetaram o governo de Jair Bolsonaro, do mesmo partido do deputado Jordy. Ao afirmar que Anchieta e Paulo Freire optaram por estar a serviço da educação dos marginalizados, praticando cada qual em sua época, uma pedagogia do oprimido, deixaram claro que o santo ainda não pode “ser proclamado patrono da educação em um momento em que a educação não parece ser prioridade na agenda do Brasil”.

A nota encerra pedindo respeito ao legado de Anchieta informando que o mesmo deve ser “imitado, mas jamais manipulado”. Ainda segundo o Santuário Nacional São José de Anchieta, “o primeiro defensor do meio ambiente não pode ser admirado em um momento em que nossas riquezas nacionais estão ameaçadas. O primeiro indigenista não pode ser reverenciado nesse tempo em que vemos tribos étnicas desamparadas e sendo perseguidas e até expulsas de suas terras”.

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