Future-se é repudiado em audiência pública
Foto: Ascom/UFCSPA
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A deputada federal Maria do Rosário lamentou na abertura do evento o “desmonte em curso”. Ela lembrou que a democracia não é lugar de chegada, mas o caminho e que é preciso exigir dos parlamentares o contraponto ao autoritarismo instalado. “Oito meses de governo não podem destruir gerações de trabalho. Ninguém tem direito de destruir o que gerações fizeram”, expôs. Também estavam presentes os deputados federais Fernanda Melchiona, Elvino Bohn Gass e Margarida Salomão; e os deputados estaduais Fernando Marroni, Sofia Cavedon e Luciana Genro. “É fundamental o debate público sobre o Future-se, projeto de privatização do ensino público superior”, assinalou Sofia Cavedon.
Para o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Paulo Leivas, o Future-se viola a autonomia universitária, a gestão democrática do ensino e a liberdade acadêmica – bases pétreas da Constituição, previstas nos artigos 206 e 207, que não podem ser mudadas por PEC. Para Leivas, a universidade pública não pode sofrer ingerência nem do Estado, nem do mercado. “O Future-se é um risco enorme da interferência absurda do mercado na universidade”.
85 mil bolsas de estudos do CNPQ estão ameaçadas de corte a partir de outubro.
O alerta é da vice-reitora da UFCSPA, Jenifer Saffi. Ela destaca que, apesar de parecer voluntário, o Future-se será obrigatório. “Exige-se plebiscito nas universidades caso o Future-se se mantenha”, defendeu.
Ex-reitores, como Wrana Panizzi e Carlos Alexandre Neto participaram da audiência, ao lado dos reitores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Federal de Rio Grande (Furg) e da Universidade Federal de Pelotasl (UFPel). “Há um movimento que corrói as instituições, as universidades, a saúde, os espaços públicos e o direito à Cidade”, manifestou Wrana Panizzi. “O movimento tem de ser maior porque as universidades são instituições para além de tempos e governos. Temos de ir outra vez pra rua. A sociedade não sabe o que é o Future-se e nossa tarefa é de mostrar”.
A reitora do Instituto Federal Farroupilha, Jennifer Saffi, destacou a hipocrisia de se falar no futuro se o presente das instituições está ameaçado pelos cortes de recursos na educação e sem dialogar sobre p orçamento de 2020.
O Pro-reitor da Furg, Renato Duro Dias, informou que o Conselho Universitário (Consun) refutou o programa Future-se em assembleia em 16 de agosto e encaminhou a carta aberta pública à deputada Maria do Rosário, integrante da Frente Parlamentar em Defesa dos Institutos e Universidades Federais.