Retorno das atividades letivas será gradual no RS

Foto: Divulgação/Hospital Geral de Caxias do Sul

Em Caxias do Sul, onde o Hospital Geral recebeu novos leitos no início de abril, taxa de ocupação de UTI é de 64,9%. No estado, a média está em 70%

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O governo do estado adiou para a próxima quarta-feira, 27, a divulgação do planejamento para o retorno das aulas presenciais nas redes pública e privada do Rio Grande do Sul. O cancelamento das atividades letivas presenciais em virtude da pandemia de Covid-19 havia sido prorrogado no estado, por decreto, até o final de maio, com a suspensão das aulas por 15 dias deste mês e a antecipação de outros 15 dias do recesso de julho. A estimativa era de retorno no início de junho, mas ainda não existe um indicativo concreto de que isso realmente ocorra devido ao agravamento da pandemia nos últimos dias. Nesse caso, a projeção é de término do ano letivo somente em janeiro de 2021.

O estado tem 6.559 casos confirmados de Covid-19 até agora, com 4.689 recuperados e 197 mortes. As notificações de alguns municípios estão defasadas, a exemplo de Porto Alegre, por incompatibilidade de sistemas de transmissão de dados com a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS). A capital gaúcha tem ao menos 400 casos que não foram lançados no sistema da SES/RS. O estado atingiu um recorde de mortes pela doença nas últimas 24 horas, com 17 óbitos notificados.

De acordo com o governador Eduardo Leite (PSDB) a volta às aulas nas escolas e universidades deverá ser gradual e o ensino remoto será utilizado “como uma excepcionalidade”.

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

“Diante do quadro que nós temos no Brasil e no RS, ainda com muitas incertezas, temos uma situação mais sob controle aqui no estado, mas ela inspira muito cuidado e muita atenção”, alertou Leite em transmissão pela internet

Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini

Em uma transmissão ao vivo pela internet na tarde desta segunda-feira, 25, Leite explicou que o reinício das aulas será cercado de muita cautela devido ao avanço do contágio pelo novo coronavírus, agravado por surtos localizados nas últimas horas no estado. “Não acredito que o ensino remoto substitua o ensino presencial, mas ele é melhor do que não termos quaisquer processo de aprendizagem”, destacou.

“Diante do quadro que nós temos no Brasil e no RS, ainda com muitas incertezas, temos uma situação mais sob controle aqui no estado, mas ela inspira muito cuidado e muita atenção”, alerta.

A TVE, emissora de televisão pública do RS, iniciou a transmissão do Pré-Enem Seduc, com aulas preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aos alunos do terceiro ano que deverão prestar o exame neste ano. São transmitidas quatro aulas diárias com abrangência de 13 disciplinas, das 19h às 23h.

Os protocolos que irão orientar o reinício das aulas ainda estão em fase de elaboração e, de acordo com o governador, serão apresentados em conjunto com a divulgação da quarta-fase da pesquisa Epicovid, coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e que envolve outras 12 universidades locais no levantamento de dados sobre a prevalência do coronavírus na população do estado.

A reabertura das instituições de ensino para atividades presenciais será condicionada à execução dos protocolos estabelecidos pelo governo e de acordo com as bandeiras de classificação definidas para cada município conforme o plano de distanciamento em vigor e ainda deverá seguir a autorização das prefeituras.

Um documento preliminar sobre os protocolos que devem orientar o reinício das aulas chegou a ser divulgado nesta segunda-feira e acabou provocando um debate antecipado entre membros do Ministério Público e parlamentares, que criticaram o caráter genérico das orientações.

O documento elaborado pelas secretarias estaduais da Educação (Seduc) e do Planejamento (Seplag), com a participação das Promotorias de Justiça Regionais de Educação (Preducs), do Ministério Público estadual, traz o detalhamento das medidas em nove protocolos sobre gestão, higienização pessoal, entrada e saída de alunos, distanciamento, instalações, desinfecção, alimentação e cantinas, ensino e transporte.