Prefeitos do RS são contra reinício das aulas em 31 de agosto
Foto: Igor Sperotto
Foto: Igor Sperotto
Com base em uma sondagem feita com 442 prefeitos do estado, a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) deve anunciar nesta terça-feira, 18, a sua posição a respeito do calendário elaborado pelo governo estadual que prevê o retorno das atividades letivas presenciais a partir do dia 31 de agosto. A pesquisa será apresentado ao Executivo na próxima quarta-feira, 19, em reunião com o governador Eduardo Leite (PSDB).
Questionados se as aulas devem voltar conforme o calendário proposto pelo governo do estado, 418 prefeitos, que representam 94% das respostas, declararam à entidade que não concordam com a retomada das aulas presenciais no final do mês, iniciando pela educação infantil, como quer o Executivo. Um quarto dos pesquisados acredita que a rotina da educação no RS só deve ser retomada em 2021. As aulas presenciais nas instituições públicas e privadas de ensino estão suspensas desde março por decreto estadual em virtude da pandemia de Covid-19.
Como justificativa para a rejeição da proposta, os prefeitos elencaram como principais problemas para o retorno das aulas o risco de contaminação de alunos e servidores públicos (92%); o cumprimento dos protocolos de saúde no transporte escolar (53%); falta de professores e a impossibilidade de contratar servidores devido ao período eleitoral (44%); falta de equipamentos de proteção individual, os EPIs (32%); e elevado número de casos de Covidd-19 no município (29%).
Foto: Famurs/ Divulgação
O presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, afirmou que, diante do relato dos prefeitos na última reunião com as associações regionais, era esperada a rejeição da proposta, mas o índice surpreendeu. “Nossa principal preocupação é garantir a segurança de alunos e professores”, pondera.
A pesquisa também aponta que, para 38% dos gestores, o retorno das aulas deve ocorrer apenas a partir da vacina para imunização contra a Covid-19. Outros 33% acreditam que as aulas só devam voltar com a diminuição de casos de coronavírus e 25% somente a partir de 2021.
A maioria dos prefeitos gaúchos também discorda que o retorno deva ser feito pela educação infantil. O levantamento aponta que 57% dos prefeitos entendem que o retorno deva iniciar pelo ensino superior; 16% pelo ensino médio e técnico; 15% pelos anos finais do ensino fundamental; e 3% pelos anos iniciais. Apenas 6% concordam que o retorno das aulas comece pelos alunos de 0 a 5 anos. Os gestores também defendem que a educação pública e a privada devam voltar ao mesmo tempo, posição de 86% dos pesquisados.
COMISSÃO DE EDUCAÇÃO – A pesquisa foi apresentada nesta manhã pela Famurs à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa. A deputada Sofia Cavedon, presidente da comissão, disse que terá uma reunião com o secretário estadual de educação ainda nesta semana sobre o calendário do governo. “Vamos nos manifestar contrariamente, para que respeitem as deliberações dos sistemas de ensino de cada município e do Conselho Estadual de Educação e a vontade manifesta pela população em todas as pesquisas realizadas. Primeiro a vida, depois o ano letivo. Essa é a posição da Comissão de Educação da ALRS”.