Reitores nomeados por Bolsonaro criam associação paralela
Foto: MEC/ Divulgação
Reitores nomeados em 2021 pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sem vencer o tradicional crivo de eleições internas nas comunidades acadêmicas criaram ontem, 3, a Associação dos Reitores das Universidades do Brasil (Afebras) que conta no momento com seis instituições para representar junto ao Ministério da Educação (MEC).
A entidade surge para atuar em paralelo à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) que representa cerca de 69 universidades federais, dois Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs) e dois Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFETs).
As instituições representadas pela Afebras são as universidades federais Rural do Semi-Árido (Ufersa), do Ceará (UFC), do Vale do São Francisco (Univasf), de Itajubá (Unifei) dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e Rural da Amazônia (Ufra).
Ludimila Serafim, secretaria-executiva da nova associação, diz que a Afebras objetiva proporcionar diálogo com as demais associações em um trabalho focado no desenvolvimento das universidades. “É uma entidade que surge para somar”, explica.
A entidade é presidida por José Candido Lustosa Bittencourt de Albuquerque, reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC). Na elaboração da lista tríplice pelo Conselho Universitário, Albuquerque foi o que recebeu menos votos.
Tradição quebrada
Desde sua posse, o presidente Jair Bolsonaro quebrou diversas vezes a tradição de nomear para gestor principal de uma Instituição de Ensino Superior Federal o candidato com maior preferência na instituição de ensino.
Em julho do ano passado, cinco reitores de universidades federais se desligaram da Andifes. Afirmaram na ocasião que a entidade seria hostil ao governo federal. Nenhum ocupava o primeiro lugar na lista tríplice quando indicado para o cargo. Ao menos dois deles apoiaram o presidente publicamente.
Já o atual reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) que integrou o grupo que debandou, Carlos André Bulhões Mendes, teve sua indicação ao cargo anunciada antecipadamente pelo deputado federal bolsonarista Bibo Nunes (PSL-RS). Apesar disso, até o momento a Ufrgs permanece vinculada à Andifes.