Aplicativos geram sobrecarga de trabalho para professores
Foto: Marcello Casal Jr/Abr
O retorno ao ensino presencial, após um ano e meio de ensino virtual e híbrido, segue impactando no trabalho dos professores. A utilização de ferramentas de comunicação (aplicativos), como WhatsApp, Google Classroom, ClipEscola e o próprio e-mail, continua gerando uma sobrecarga de trabalho nos profissionais da educação.
Os professores relatam alta demanda de trabalho e dificuldade em conseguir um período de lazer. Todo esse cenário esbarra na Notificação Recomendatória (NR), de 2012, do Ministério Público do Trabalho (MPT).
O documento, construído a partir de audiência entre os Sindicatos das escolas e dos professores (Sinpro/RS), quer garantir o direito de descanso e dá outras recomendações aos empregadores das instituições de ensino.
De acordo com o diretor do Sinpro/RS Cássio Bessa, a entidade está fiscalizando as escolas e já fez reuniões para tratar do assunto.
“O surgimento das novas tecnologias, agravado pela necessidade do serviço remoto durante a pandemia, continua sendo um problema. Os professores perderam o seu repouso e a possibilidade de não estar trabalhando”, afirma.
O caso mais recente é do aplicativo ClipEscola, o qual promete “transformação digital para as escolas” e “acompanhamento do desempenho escolar e sala de aula virtual”. No entanto, professores da capital relatam que a utilização da ferramenta tem gerado ainda mais excesso de trabalho, inclusive fora do horário de expediente.
Cássio assegura que o Sinpro/RS tem reivindicado com as escolas a garantia de que os professores trabalhem apenas durante o seu horário de serviço e o controle da utilização desses aplicativos.