Atrasos salariais ultrapassam R$ 6 milhões
Foto: Unicruz/ Reprodução
A Universidade de Cruz Alta (Unicruz) iniciou o ano letivo com mais de seis folhas de pagamento em aberto, alto passivo trabalhista e uma dívida com a União que pode chegar a R$ 40 milhões. Até dezembro do ano passado, o montante de salários atrasados dos professores já excedia R$ 6,3 milhões.
A instituição também não depositou o FGTS dos docentes da quase totalidade dos meses de 2019 a 2023. Há, também, competências não pagas nos períodos de 1992 a 1995, 1996 e 1997.
“Existe uma sistematização de atrasos salariais e de pagamentos parciais”, explica Amarildo Cenci, diretor do Sinpro/RS. Para o sindicalista, a dívida com a União será “impagável” se não for via Programa de Recuperação Fiscal (Refis) e em mais de 200 parcelas. Conforme gestores da Unicruz, a Universidade vem buscando o alongamento da dívida com a União.
“Os passivos trabalhistas estão na ordem de R$ 15 milhões ou R$ 16 milhões. Nem mesmo o Plano de Desligamento Incentivado (PDI) está sendo pago”, informa o diretor do Sinpro/RS. “O Sindicato está fazendo o máximo possível para equalizar os interesses dos professores com a manutenção dos postos de trabalho, mas está muito difícil. A instituição alega falta de matrículas, falta de políticas públicas e cursos sem procura. A região está permeada de instituições federais e concorrentes da rede privada”, contextualiza.
AÇÃO FGTS – Em 2019, o Sindicato ingressou com ação para que a Universidade integralizasse os depósitos de FGTS, bem como para assegurar a prescrição trintenária dessas competências. A instituição tem prazo até o dia 16 de março para trazer ao processo toda a documentação que demonstra as competências que ainda não foram pagas, em especial as referentes ao período de 1992 a 1995, 1996 e 1997.
DIFICULDADES – Diante da permanência do quadro de dificuldades financeiras, o Sinpro/RS requereu à Universidade que a carga horária destinada a estudos, pesquisa, extensão, planejamento, avaliação e demais atividades, que não envolvam a docência propriamente dita, seja realizada de forma remota, a fim de que se evitem mais prejuízos com o deslocamento dos professores ao campus.
“Em reunião ocorrida em fevereiro entre o Sinpro/RS, a Reitoria e a Fundação, ficou acordado que as partes farão um esforço conjunto para que sejam adotadas medidas com vistas a minimizar os prejuízos enfrentados pelos professores, entre as quais a retomada dos procedimentos, junto ao processo coletivo do ano de 2005, para venda do imóvel da Fundação e abatimento do saldo devido”, relata Amarildo.
O Sindicato informa que fará uma nova Assembleia em março para reavaliar o cenário vivenciado pelos docentes.