No Brasil, 14,7 milhões de estudantes não têm água e esgoto
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Um terço das escolas e mais de meio bilhão de estudantes em todo o mundo não têm acesso a água potável e instalações sanitárias básicas. A informação é de um relatório produzido em conjunto pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).
No Brasil, segundo os últimos dados consolidados do Censo Escolar de 2021, cerca de 18% não contam com serviços básicos de saneamento que vão de banheiros ao abastecimento de água e esgoto.
Na estimativa dos organismos da Organização das Nações Unidas (ONU) são ao redor de 584 milhões de crianças e adolescentes sem acesso pleno a serviços básicos de saneamento e água potável em suas escolas. Quase metade vive na África Subsaariana, segundo o estudo.
De acordo com os dados brasileiros, pelo menos 14,7 milhões de estudantes enfrentam problemas como acesso à água potável e a banheiros em condições de uso.
É o que vê a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) que analisou informações de 138 mil escolas e de 38 milhões de alunos.
Em números abertos, são 5,2 mil escolas sem banheiros (3,78%); 8,1 mil (5,84%) sem acesso à água potável e 7,6 mil (5,53%) sem serviços de esgoto. Outros 3,5 mil (2,59%), segundo a Atricon, seriam estabelecimentos de ensino que não dispõem de abastecimento de água.
Evasão escolar no Brasil passa por falta de saneamento
Para o Instituto Trata Brasil, a falta de saneamento é um dos motivos que contribui para a evasão escolar.
A entidade é formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico brasileiro e afirma que a infraestrutura básica do saneamento precisa estar em 100% das escolas brasileiras.
Para ela, não existe um país desenvolvido com escolas sem acesso à água, banheiros e esgotamento sanitário.
“Evoluir nos indicadores de água e esgotamento sanitário é possibilitar que mais jovens estejam saudáveis para frequentar a escola e, consequentemente, para que se desenvolvam a fim de contribuir com a sociedade no futuro, buscando construir um Brasil melhor e com mais oportunidades”, registra o Trata Brasil.
O relatório dos organismos da ONU confirma. “O absenteísmo é reduzido em países de baixa renda ao promover a lavagem das mãos, principalmente para meninas durante a menstruação, quando a água, o saneamento e a higiene são melhorados”.