EDUCAÇÃO

Yduqs quer aumentar sua base de alunos no semipresencial ainda em 2023

Presidente do segundo maior conglomerado de educação privada do país com as marcas Estácio de Sá e Ibmec afirma que a holding pode fazer incorporações caso haja redução da taxa de juros
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 16 de março de 2023

Foto: Yduqs/ Divulgação

Em 2021, a Yduqs anunciou que tinha R$ 2 bi em caixa para novas aquisições, com o objetivo de atingir a base de 1 milhão de alunos até este ano

Foto: Yduqs/ Divulgação

O conglomerado educacional Yduqs pretende aumentar ainda neste ano o número de alunos de cursos semipresenciais nas instituições de ensino que congrega.

A informação foi divulgada pelo presidente da companhia, Eduardo Parente, em teleconferência realizada na manhã desta quinta-feira, 16, para investidores e analistas de mercado.

O grupo domina a marca Estácio, que se mantém no topo do ranking dos maiores grupos privados de educação do país, de acordo com a consultoria Hopper Educação.

De acordo com o executivo, a holding mantêm seu interesse no chamado mercado premium de educação e pode fazer incorporações caso haja redução da taxa de juros no país.

Para o presidente da Yduqs, a concorrência no semipresencial é significativa e “vem crescendo de forma importante”.

Dos 268 mil matriculados nos estabelecimentos administrados pelo grupo 15% a 20% são alunos que alternam as modalidades presencial e EaD.

Parente disse que não acredita que o segmento já esteja saturado. Ao contrário, ele vê uma “demanda boa nesse ano” e a Yduqs trabalha com o crescimento de captação que deve ultrapassar um dígito. Ele revela que o grupo tem uma margem de lucro em torno de 20%, mas que já foi de 30%.

Para o executivo, a companhia só deve retornar ao patamar anterior no curto e médio prazos com uma expressiva retomada econômica ou ações governamentais de incentivo ao setor.

Expectativa com o Fies

A expectativa do grupo é que a sua margem pode crescer seis pontos percentuais no longo prazo.

No dia 8 de março, a Yduqs viu suas ações na bolsa de valores brasileira, a B3, disparar por conta do anúncio da criação de um grupo de trabalho no Ministério da Educação (MEC) para fazer um diagnóstico para o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).

O Fies ficou estagnado durante o governo Bolsonaro.

Concretamente, a Yduqs, na ocasião liderou as altas do Ibovespa, principal índice do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3.

Segmento premium

Entre os ativos no segmento premium, a Yduqs é a mantenedora do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), que tem mensalidade média de R$ 3 mil. A instituição, no último trimestre, apresentou um crescimento de 8% em seu número de alunos.

Apesar de ser um mercado promissor, Parente especula: “como é um negócio mais resiliente, também é caro”.

Na teleconferência, ele revelou que a Yduqs quase adquiriu “um ativo, muito interessante no ano passado”. Sem revelar qual é a instituição que esteve no radar da companhia, Parente explicou que a desistência ocorreu devido ao cenário de taxa de juros elevados.

“Quem sabe daqui a dois ou três anos a economia melhore e a classe C e D torne-se mais resiliente e os ativos premium baixem de preço”, aposta.

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