Inclusão é responsabilidade das escolas, reitera campanha do Sinpro/RS
Foto: Prexels
O Setembro Verde, mês de mobilização pela inclusão social das pessoas com deficiência e da luta anticapacitista, será marcado pela campanha do Sinpro/RS para que as instituições de ensino deem condições aos professores de fazer um trabalho eficiente.
O Sindicato vem alertando que muitas direções de escolas não têm auxiliado na formação docente e na estrutura física e pessoal de apoio para que essa inclusão ocorra, de fato. De acordo com a entidade, isso aumenta a jornada de trabalho sem a devida remuneração e sobrecarrega os professores.
“A inclusão está por conta dos docentes, o que tem provocado cada vez mais a excessiva demanda de trabalho não remunerado na educação básica. As professoras e professores se desdobram para que as instituições possam afirmar que cumprem a Lei”, ressalta Cecília Farias, diretora do Sinpro/RS e coordenadora do Núcleo de Apoio ao Professor Contra a Violência (NAP).
A inclusão de crianças com deficiência no sistema formal de ensino é regulamentada pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Do papel à prática nas escolas
Na prática, essa inclusão só acontece na maioria das escolas do ensino privado devido ao empenho da categoria, conforme vem denunciando o Sindicato nos últimos anos, a partir de relatos de professoras e professores ao NAP.
“O excesso de trabalho dos professores para o atendimento dos alunos com deficiência foi acrescido a uma sobrecarga que já existe, em relação à preparação de aulas, materiais, instrumentos de avaliação”, explica Cecília.
Em muitos casos, os docentes arcam até com os custos de materiais e equipamentos. É o que mostra a pesquisa Realidade Docente do Ensino Básico 2022 – Trabalho Extraclasse, que ocorreu em agosto pela consultoria FlamingoEDU.
Em novembro, durante o seminário O trabalho do professor na inclusão, realizado pelo Sinpro/RS, professores e especialistas aprovaram uma pauta de reivindicações que foi levada ao Sinepe/RS (sindicato das escolas privadas).
Na avaliação da categoria, a educação inclusiva vai muito além da matrícula na escola e é uma responsabilidade de toda a comunidade escolar.
Esse entendimento pautou as negociações coletivas de 2023, quando foi criada uma comissão para estudos sobre a remuneração do trabalho docente na inclusão escolar.
“O Sinpro/RS reitera aos professores o compromisso de continuar lutando e atuando na cobrança do trabalho excessivo que tem adoecido a categoria. Vamos continuar sensibilizando o sindicato das escolas, as mantenedoras, as direções e as Promotorias Regionais de Educação. Essa situação de os professores terem esta jornada elástica de trabalho não pode continuar” alerta.