Universidades comunitárias e professores unem forças em defesa de políticas de financiamento estudantil

Foto: Igor Sperotto

Movimento quer assegurar a permanência dos estudantes nas universidades até a conclusão dos cursos

Foto: Igor Sperotto

Reitores do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung) se reuniram na manhã da última quinta-feira, 23, com representantes dos três sindicatos de professores (Sinpro/RS, Sinpro/Caxias e Sinpro/Noroeste) para propor ações conjuntas na defesa das instituições de educação superior comunitárias (Ices) e de programas estaduais e federais que garantam não apenas o financiamento dos estudantes para que eles permaneçam na universidade até a conclusão dos cursos.

“Essa aproximação com os sindicatos dos professores, e que também estamos fazendo com as representações dos estudantes, é para, em conjunto, dialogar com os governos do estado e da União sobre pautas importantes da educação superior comunitária”, explica o presidente do Comung, Rafael Henn, reitor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). “Com os sindicatos e estudantes, temos mais força para pleitear essas pautas”.

A pauta mais urgente, segundo Henn, é garantir junto ao governo federal uma bolsa de permanência para os estudantes das universidades, que foram atingidos pelas enchentes, para que possam dar continuidade aos estudos nas respectivas instituições de ensino.

Parceria para a reconstrução do estado

“Já no governo do estado, estamos defendendo, neste momento, que as universidades do Comung sejam parceiras no projeto de reconstrução do Rio Grande do Sul. Além da estrutura intelectual, através de pesquisadores qualificados em várias áreas, também temos as estruturas físicas que podem auxiliar o estado, por exemplo, e receber escolas estaduais que foram destruídas pelas inundações”, destaca o reitor.

No encontro, os representes dos professores destacaram a Resolução aprovada no último Fórum das Comunitárias, realizado em agosto de 2023, que já revelava a sintonia de pautas entre Comung, professores e estudantes, pela implementação de uma ampla política de atuação conjunta em defesa das Ices e do financiamento estudantil.

“Esperamos que a calamidade que assola o estado sirva para finalmente gerar efetivas políticas conjuntas das Ices”, manifesta o professor Marcos Fuhr, diretor do Sinpro/RS.
Os sindicatos dos professores concordaram em somar esforços nos aspectos de interesse comum para garantir empregabilidade para a categoria.

“Mas que as instituições não esperem mais sacrifícios dos professores, com flexibilização de salários e condições de trabalho”, afirma Fuhr.

Números das comunitárias e confessionais

No último dia 15 de maio, o Comung, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) e a Associação Brasileira das Instituições Educacionais Evangélicas (ABIEE) entregaram ofício ao presidente Lula alertando para o impacto da calamidade pública na educação comunitária e confessional, que já amargava perdas expressivas provocadas pela crise econômica e pandemia, e propondo políticas públicas de apoio aos estudantes.

Juntos, segundo o documento, Comung, Anec e ABIEE representam 33 instituições de ensino superior no RS, que atendem 166 mil estudantes em 61 campi, empregam 8.300 professores e 10.300 profissionais técnico-administrativos.

Essas instituições mantêm 896 cursos de graduação, 693 cursos de pós-graduação, 3.860 projetos e pesquisa, 13 incubadoras tecnológicas, 11 centros de inovação, oito parques tecnológicos e realizam 1,2 milhão de serviços às comunidades envolvidas, com destaque para a incidência no combate à pandemia de covid-19. Também realizam 1,3 mil projetos e programas para a comunidade.

Participaram do encontro da última quinta-feira, os reitores da PUCRS, de Porto Alegre, Evilázio Teixeira; Feevale, de Novo Hamburgo, Cleber Prodanov; Unisc, de Santa Cruz do Sul; UCS, de Caxias do Sul, Gelson Leonardo Rech; e Unilasalle, de Canoas, Cledes Antonio Casagrande; os diretores do Sinpro/RS, professores Amarildo Cenci, Sani Cardon, Josiane Ulrich e Marcos Fuhr; o diretor do Sinpro/Noroeste, professor Valdir Kinn; e o diretor do Sinpro/Caxias, professor José Carlos Monteiro.

Reunião com estudantes

Na tarde desta sexta-feira, 24, diretores dos três sindicatos se reuniram com dirigentes da União Estadual de Estudantes (UEE) para a definição das reivindicações e de encaminhamentos para assegurar a permanência nas universidades dos estudantes das regiões atingidas pelas inundações.

“Acertamos a realização de uma reunião plenária do Fórum das Comunitárias no próximo 8 de junho”, diz Fuhr.