Com apenas uma meta atingida, Ideb mostra desafios para a educação
Foto: Luis Fortes/ MEC
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023 apresentado no final da manhã desta quarta-feira, 14, pelo Ministério da Educação (MEC) mostra que o Brasil cravou a meta nacional estabelecida no primeiro ciclo do indicador (2007-2021) que era de 6 pontos para os anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano).
Infográfico: MEC
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No ensino médio, a etapa que é considerada mais desafiadora no país, somente três redes estaduais atingiram a meta do Ideb. Foram Goiás, Pernambuco e Piauí.
Roraima, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte tiveram os piores desempenhos. O Rio Grande do Sul ficou da 16ª posição, com 1,4 pontos abaixo da meta que estava estabelecida para a sua rede, 5,3.
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Acontece que na última mostra, em 2021, o cálculo usou a mesma metodologia criada no primórdio do indicador. A ideia foi garantir comparações, mas o impacto das taxas de aprovação que subiram rapidamente entre 2020 e 2021 por mudanças nos critérios de aprovação durante a crise sanitária, foi grande.
Segundo Moreno, embora isso tenha elevado o Ideb de 2021, não significa que os alunos tenham realmente aprendido mais. Isso se verificou porque as notas não melhoraram na mesma proporção.
Identificar problemas
Infográfico: MEC
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O ministro Camilo Santana (PT) destacou na apresentação do Ideb do último biênio que a desigualdade educacional no Brasil é significativa, com grandes diferenças entre as regiões e até dentro dos próprios estados.
Ele ainda deixa claro que o Ideb não tem o objetivo de criar rankings, mas, sim, de identificar esses problemas para o planejamento de ações que promovam avanços educacionais de forma uniforme em todo o país.
Essa uniformidade, no entanto, ainda está longe de ser alcançada segundo os dados e é “um grande desafio para o sistema educacional brasileiro”, ressalta Santana.
Medidas para enfrentar desafios
Foto: Luis Fortes/ MEC
Apenas Goiás, Pernambuco e Piauí atingiram a meta estabelecida pelo Ideb para suas redes no ensino médio. Estados como Espírito Santo, Paraná, Ceará e Pará têm notas até maiores do que o Piauí. No entanto, não bateram a meta de 2021 estabelecida em 2007 para eles.
O Ideb é calculado a cada dois anos com base nas notas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e na taxa de aprovação dos alunos. A média das redes estaduais neste biênio foi 4,1. Ameta estabelecida para os estabelecimentos de ensino médio mantidos pela União era de 4,9, mas ficou em 4,1.
Apesar de alguns estados terem se destacado em partes da avaliação, o conjunto do país, de fato, só superou a meta nos anos iniciais do ensino fundamental.
Para enfrentar esse desafio, o ministro Santana lembra que o MEC está investindo R$ 12 bilhões até 2026 para criar 3,2 milhões de novas vagas em tempo integral.
Para o ensino médio, o MEC lançou o programa Pé-de-Meia, que pretende apoiar quase 4 milhões de alunos em 2024 com uma poupança de até R$ 9,2 mil. Além disso, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) está implantando 100 novos campi de Institutos Federais com um investimento de R$ 2,5 bilhões, criando 140 mil novas vagas para educação profissional e tecnológica.