O que fazer quando há um “patinho feio” na turma?
Para a psicóloga Simone Faoro Bertoni, da Oficina Psi, em Porto Alegre, em primeiro lugar o professor não pode deixar o fato passar como algo “natural”. Para isso, ela recomenda que sejam abordadas com a turma questões relacionadas às diferenças, mas de maneira genérica, como por exemplo entre palavras, formas geométricas e pessoas. “Não se deve trabalhar com uma constatação, nomeando quem está sendo discriminado”, previne Simone, alertando que isso poderia reforçar o problema.
Um segundo passo é o professor procurar descobrir que potenciais tem o aluno discriminado, valorizar outras coisas que ele saiba fazer e convidá-lo para tarefas que coloquem em evidência outras características que possui, que não aquela que o faz parecer o “patinho feio”, ensina a psicóloga.
Um cuidado importante, no entanto, é não criar o outro extremo, tornando-o um protegido. A idéia é utilizar o processo de aprendizagem e “demonstrar a todos que existem diversas formas de ser e aprender, e que ser diferente não é melhor ou pior”, pondera.
Segundo a psicóloga, isso é mais sério do que parece: “o que acontece na escola, algumas coisas ditas ou vividas, podem marcar a pessoa pela vida toda”, assegura Simone. É necessário, inclusive, que o próprio professor pare para pensar que pode estar agindo, em algumas situações, sob a influência de uma marca sua, alguma herança do seu tempo de aluno.
A coluna Pergunta de Mestre é publicada mensalmente pelo Extra Classe. Suas questões podem ser encaminhadas pelo e-mail comunica@sinpro-rs.org.br ou pelo telefone (051) 211-1150