GERAL

Extra Pauta

Publicado em 24 de outubro de 1999

11 anos depois…

Há pouco mais de 11 anos, precisamente em março de 1988, a revista Vejaapresentava a seus leitores a mais nova sensação da política brasileira: Fernando Collor de Mello. Em sete páginas, a revista elogiava o caçador de marajás, “que conquistou a simpatia dos alagoanos e popularidade no Brasil inteiro….” Agora foi a vez de Ciro Gomes galgar os degraus da fama por conta e risco da revista. Com pose de herói, ele aparece em nove páginas de Veja como o paladino do bom-mocismo: separou-se da mulher mas se relaciona muito bem com ela; usa roupas baratas, apesar de ganhar uma fortuna (cerca de R$ 30 mil mensais) sem se saber muito bem como; já esteve em quase todos os partidos, sem com isso alterar o que a revista chama de “retórica complexa”; fuma, mas não na frente dos filhos. Em suma: o protótipo do politicamente correto. Assim como Collor, apresentado como um rapaz de boa família que podia usufruir da sua fortuna mas preferiu o caminho da política para servir ao país. “Em vez disso (de usufruir a fortuna da família), acabou combatendo marajás, desafiando a aristocracia de usineiros alagoanos e prometendo passar a limpo a tradição de violência em seu estado”, brada a revista. 11 anos depois, a história é bem conhecida: Alagoas continua na miséria, Collor foi eleito presidente, foi afastado do cargo por corrupção e só não está preso por obra e graça de um país chamado Brasil. A reportagem foi fundamental para alavancar a candidatura Collor um ano mais tarde. A Veja já escolheu de novo: a vez é de Ciro.

Dicas gramaticais

O professor de Língua Portuguesa, editor e gráfico Paulo Flávio Ledur lançou a Agenda Gramatical 2000, editada pela AGE. A publicação, de 350 páginas, contém verbetes em que o autor dá dicas importantes sobre ortografia, sintaxe, vocabulário e noções gerais da língua portuguesa praticada no Brasil. A agenda custa R$ 16,00.

Novas atrações para as crianças

A Câmara Rio-Grandense do Livro está preparando uma programação especial para as crianças na 45ª feira do Livro de Porto Alegre (29 de outubro a 15 de novembro). Além das apresentações de palco, os pequenos contarão com sessões de autógrafo específico para literatura infantil, oficinas de contação de história, minishows, musicais, teatro, entre outros. Agendamentos podem ser feitos pelo telefone 211-4996, com Gerson.

Sanha Privatista

Toda a pujança globalizada não garantiu ao Brasil o primeiro lugar entre as mil maiores empresas latino-americanas, escolhidas pela Gazeta Mercantil. A Petrobrás aparece em terceiro no ranking, atrás da mexicana Pemex (químico-petroquímica) e da venezuelana PDVSA (químico-petroquímica). As duas são estatais. Alguns números, além disso, chamam a atenção. Das cinco maiores do continente, quatro são estatais. Se considerarmos empresas privatizadas nos últimos cinco anos, seis entre as dez maiores seriam estatais. Dos quatro países mais importantes do continente (Brasil, México, Argentina e Chile), em três a maior empresa é estatal e em um (Argentina) a maior foi recentemente privatizada.

Educação orientada

A 16ª revista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre trata da Psicanálise e educação: uma transmissão possível (155 páginas). Informações podem ser obtidas pelo e-mail appoa@appoa.com.br ou pelo fone (51) 333.7922

Assinaturas

Um projeto original aguarda adesões para ser apresentado à Câmara dos Deputados, como proposta de iniciativa popular. De autoria do veterinário pelotense João Alonso Boaz, prevê que 20% do ICMS gerado pelas empresas seja dividido entre os funcionários e que igual parcela do IPI tenha a mesma destinação. Além da distribuição de renda, o projeto tem como objetivo diminuir a sonegação. É que, com direito a uma parte do bolo, os funcionários do comércio e da indústria se transformariam em fiscais informais da Receita. A proposta precisa de um milhão de assinaturas para virar projeto.

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