O que o professor deve fazer frente a casos de exibicionismo de aluno em sala de aula?
Segundo a psicóloga Simone Faoro Bertoni, o primeiro passo é o professor observar em que situações acontecem as atitudes exibicionistas, que podem ter conotação sexual (masturbação) ou então material (salientar-se pelos objetos que possui, por exemplo), e depois tentar entender que tipo de atenção o aluno está querendo despertar com aquele comportamento. É importante também observar a reação dos outros colegas, até para conseguir fazer uma reflexão que o permita verificar se tal atitude incomoda a ele (ou os adultos) ou ao seu grupo de alunos. Simone sugere que os fatos sejam trabalhados no coletivo, mas nunca nomeando a pessoa que inspirou tal exercício. Ou seja: se algum aluno estiver se exibindo com uma mochila mais bonita e mais cara que a de todo mundo, aproveitar o material, por exemplo, em uma aula de matemática, usando os valores de mochilas diferentes, e verificando o que poderia ser feito com o dinheiro que sobrasse da compra da mais barata.
Simone acha fundamental ressaltar que o exibicionismo é mais um comportamento e não uma conduta desviante, a não ser em casos extremos. Determinadas condutas infantis se alteram dependendo do contexto em que a criança está inserida e da época e sociedade em que vive. Nos casos de exibicionismo com conotação sexual, a psicóloga alerta que, normalmente, é sintoma de uma ansiedade excessiva e que o aluno não consegue expressar de forma diferente. Outras dicas são não castigar, tentar não se assustar, se aproximar do aluno valorizando sua presença, procurar ajuda de um profissional para esclarecer suas dúvidas e conversar com a família, sempre de forma solidária, se colocando à disposição, e nunca em uma postura de acusação.
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