Yes, nós temos bananas
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, em Brasília, aprovou no último dia 28 de março um projeto de lei que proíbe o uso de estrangeirismos, como site, webmail , self-service e por aí vai. Os principais atingidos são os meios de comunicação, publicidade, embalagens e o próprio Governo Federal, que também emite news letter (correspondência por e-mail). A proposta é de autoria do deputado paulista Aldo Rabelo (PC do B), que argumenta: “As línguas passam por mudanças. Mas é preciso coibir abusos”. A aprovação foi feita em caráter conclusivo. Porém, ainda não está definido como os infratores serão punidos. Por isso, a proposta está sendo encaminhada para a Comissão de Educação do Senado e depois para a de Constituição e Justiça. Se for aprovada pelas duas comissões, vai para a sanção do presidente Fernando Henrique Cardoso. Conforme o texto do projeto, toda palavra em língua estrangeira posta no território nacional a partir da data da publicação da lei, salvo as exceções previstas, terá de ser substituída por expressão equivalente em língua portuguesa em 90 dias. Se não houver expressão equivalente, será admitido o aportuguesamento da palavra estrangeira ou o neologismo (significado novo que uma palavra ou expressão pode assumir). A proposta prevê exceções para a proibição do uso de estrangeirismo, entre elas as informações destinadas a estrangeiros, o ensino de língua estrangeira e palavras já consagradas pelo uso e registradas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras.
Pizza congelada
E a CPI da Corrupção virou pizza congelada. Acabou antes de começar. Se não, pelo menos adiada para quando tiver número de assinaturas suficiente. Bastou FHC acenar com 1,25 bilhão em liberação de verbas dos “restos a pagar”, para os parlamentares do PMDB literalmente retirarem suas canetas da assinatura do pedido. Seria necessário o apoio de 25 peemedebistas para ajudar a completar as 27 assinaturas que ainda faltam. Este dinheiro, remanescente do Orçamento da União de 1999 e 2000 será dado apenas aos congressistas governistas que não assinarem a CPI. Para FHC o preço é alto, o que demonstra o estrago que a CPI faria se fosse aberta.
E dá-lhe malvadeza!
Quem também não vende barato seu não apoio ao governo contra a CPI da Corrupção é o senador Antônio Carlos Magalhães, que até bem pouco tempo era um ferrenho apoiador da apuração de irregularidades. Será que era mesmo ou usou isso como moeda de barganha? Para quem achava que falar mal de ACM era cuspir no morto, aí vai: “Se eu quiser, tenho 40 votos na câmara, mas não estou trabalhando para isso”, diz ele para quem queira ouvir, principalmente se a audiência for o presidente da República. A frase foi plantada na redação da Folha de São Paulo (29/03), bem ao seu estilo. Enquanto isso, os carlistas liderados pelo governador da Bahia, César Borges, ameaçam entregar as tais 40 assinaturas caso o Palácio do Planalto não mantenha os cargos dos pefelistas no governo. De quebra, Borges também pediu verbas para o estado da Bahia.