Na metade do mês de julho as agências de notícia veicularam resultados de uma pesquisa encomendada pela indústria fumageira na República Tcheca. Em resumo a tal pesquisa dizia que o fato de fumantes morrerem cedo ajudava a economia. Bem quem repercutiu a coisa foi o The Wall Street Journal. A empresa em questão é a Phillip Morris, uma gigante americana no ramo do tabaco. A argumentação da indústria é que o país teria menos gastos na área da saúde e com aposentadorias. Bem, por mais que os assessores se esforcem em dizer que a constatação pode parecer chocante e que não pretendem mostrar isso como sendo algo positivo, mandam um recado para os governos, geralmente atolados em dívidas com a previdência. De repente a morte precoce pode parecer um bom negócio e a pressão ao combate ao fumo ter seu freio de mão puxado. Até porque, muitos governos só começaram a combater o fumo quando percebiam que se por um lado ganhavam em impostos, por outro, gastavam na previdência social. Claramente a indústria quer mostrar que a argumentação econômica é equivocada, levando apenas para o, infelizmente, frágil debate ético.