Não bastasse as grandes empresas da imprensa brasileira, como todo mundo já sabe, estarem nas mãos de apenas cinco grandes famílias: os Marinhos, os Sirotskys, os Frias, os Civitas e os Mesquitas, no âmbito dos estados as reduções deste universo são lastimavelmente inevitáveis, o que tem garantido geração após geração a manutenção do poder nas mãos dos mesmos grupos, perpetuando-se porque servem-se da mídia e favorecem grupos tradicionais da oligarquia brasileira. Na Amazônia, então, a situação é de uma avacalhação sem limites. Os casos dos jornalistas Altino Machado (A Gazeta, de Rio Branco, AC) e de Ribamar Beça Freire (A Crítica) são exemplares. Ambos já sofreram inúmeras agressões e ameaças em suas respectivas cidades. Beça Freire chegou a levar uma surra e a casa de Machado já foi alvo de rajadas de metralhadora. O último demitiu-se de A Gazeta depois de sua coluna ter sido censurada por desferir críticas ao ex-deputado Hildebrando Pascoal, aquele da motoserra, lembram, que é ligado à máfia do narcotráfico e foi preso no Acre? Pois é. O jornal também é ligado a um grupo de oposição ao governador Jorge Viana (PT). “Exigiram-me uma crítica sistemática a tudo que fosse relacionado ao Governo da Floresta”, diz nota do jornalista ao demitir-se do jornal.