Promovido pelo Sinpro/RS, em parceria com a Fetee/Sul e Contee, o encontro proporcionou a troca de experiências entre trabalhadores da Educação no Ensino Privado de vários países, bem como o debate sobre ações de valorização do trabalho segundo as realidades culturais, econômicas e políticas de cada Nação. “A partir deste encontro foi possível construir um parâmetro entre as diversas situações dos trabalhadores do Ensino Privado. Foi possível, também, perceber que alguns dos problemas encontrados no Brasil e, especialmente no Rio Grande do Sul, acontecem igualmente em outros lugares do mundo. Mas aqui, em média, as condições de trabalho são melhores”, observou a diretora do Sinpro/RS, Cecília Bujes.
Conforme Cecília, de acordo com os relatos, na Colômbia não existem leis trabalhistas. “Os contratos com os professores se dão em cima de parâmetros criados pelas próprias mantenedoras”, exemplificou. “Pudemos perceber ainda o quanto é necessário que se crie um conjunto de reinvindicações para tornar o trabalho dos professores mais digno.”
Ao final do encontro, ocorrido no dia 30 de julho, na PUC/RS, durante o III Fórum Mundial de Educação, foi deliberado que será redigido um documento para ser enviado a todas as entidades participantes com o objetivo de ser criada uma rede de comunicação e, posteriormente, organizado um novo encontro de trabalhadores do Ensino Privado.
O evento contou com a presença de mais de 100 trabalhadores do Ensino Privado do Brasil e representantes da Itália, Espanha, Portugal, Chile, Argentina, Colômbia e Canadá. Dentre as presenças estrangeiras, o professor Fernando Rodal, presidente da Confederação de Educadores Americanos (CEA); o professor Guillermo Scherpig Villega, diretor do Departamento de Educação e Aperfeiçoamento do Colégio de Professores do Chile; o professor Hugo Yask, secretário Geral da Confederação de Trabalhadores da Educação da República Argentina; o professor Mario Aguilar Arévalo, diretor Nacional do Colégio de Professores do Chile; o professor Biel Caldentey Ramos, do Sindicato de Trabalhadores do Ensino Internsindical de Ilhas – Palma, Espanha; o professor Renso Concezione, do Sindicato Nacional de escolas de Roma, Itália; e a professora Ana Gaspar, da Federação Nacional dos professores – Lisboa – Portugal.
22 mil no FME
Após quatro dias de debates, encerrou no dia 31 de julho, em Porto Alegre, o III Fórum Mundial de Educação (FME) com a participação de 22 mil pessoas, entre elas, 6 mil estrangeiros de um total de 47 países. Na véspera do encerramento do FME, na noite do dia 30 de julho, foi elaborado um documento com os princípios para a Plataforma Mundial de Educação. O conteúdo da Plataforma inclui 19 itens elaborados a partir dos relatos de experiências apresentados nos 19 pôsters inscritos no evento, e o plano de metas elaborado pelo Conselho Internacional do Fórum. Entre os temas do Plano estão uma agenda de mobilização mundial para a qualificação da educação e propostas de indicadores para investimentos na Educação Pública.
Com o tema “A Educação para um Outro Mundo Possível – Construindo uma Plataforma de Luta”, a variada programação do III Fórum Mundial de Educação foi aberta com uma marcha no dia 28 de julho, com cerca de 400 representantes de entidades educacionais e movimentos sociais que partiu do Largo Glênio Peres em direção ao Gigantinho. Teve ainda, durante a abertura, um episódio que envolveu vaias, provocação e ânimos acirrados. Após ser vaiado, o secretário estadual da Educação, José Fortunati, ficou irritado e suspendeu o seu pronunciamento. O secretário Fortunati reclamou que um evento com propostas democráticas deveria respeitar a diversidade. Ameaçando sair do local, o secretário foi contido por integrantes da organização do FME.