GERAL

Israel e o terrorismo de Estado

Publicado em 23 de agosto de 2006

Para o Nobel da Paz, Adolfo Perez Esquivel, Israel é um Estado terrorista. Ele considera as atitudes do governo israelense aberrantes no que se refere aos ataques ao Líbano. Em artigo escrito após os ataques, ele diz: “Sempre apoiei o povo judeu; um povo que sofreu o Holocausto, a diáspora, perseguições, torturas e morte, mas que teve dignidade, resistiu à opressão e lutou por seus valores religiosos, culturais e a unidade do povo”. E mais: “É doloroso ter que assinalar os comportamentos aberrantes que o Estado de Israel vem cometendo contra o povo palestino, atacando, destruindo, oprimindo e massacrando a população; mulheres, crianças, jovens são vítimas destas atrocidades em relação às quais não podemos calar e devemos denunciar. Basta! Derrubou-se o Muro de Berlim, mas se levantaram outros muros como o que Israel levantou para dividir o povo palestino. Os ataques, a destruição e morte em Gaza e no Líbano e as ameaças permanentes a outros povos levaram o Estado de Israel a transformar-se em um Estado terrorista, utilizando a tortura, os ataques à população civil, onde as vítimas são mulheres e crianças. Até quando continuará essa política de terror?”, pergunta ainda Esquivel. “Sabemos que não é todo o povo de Israel que está de acordo com a política de destruição e morte levada adiante pelo governo israelense, apoiado pelos Estados Unidos e pelo silêncio dos governos europeus, cúmplices do horror desencadeado no Oriente Médio. Existem aqueles, tanto dentro de Israel quanto da Palestina, que desejam o diálogo, a resolução do conflito e o respeito à existência dos povos. Lamentavelmente, as Nações Unidas perderam presença, coragem e capacidade de tomar decisões para construir uma solução diante do enfrentamento entre os dois povos, situação que põe em sério risco a paz mundial.” Vale lembrar que esse texto foi escrito antes da morte dos quatro observadores da ONU e a contabilidade de mortos ter chegado a aproximadamente 500 pessoas, grande parte mulheres e crianças civis. (C.F.)

Velho jabá

Desconhecido pela maioria da sociedade, o fenômeno do jabá (diminutivo de jabaculê, que significa dinheiro) é uma prática usual no meio musical, fonográfico e radiofônico. É simples: o artista que pretende ingressar num desses meios deve “investir em verbas publicitárias”, ou seja, paga ou oferece vantagens para ter sua música divulgada nas emissoras de rádio ou TV. Quem não paga, não toca.

Prejudicial à música brasileira (pois massifica a produção musical, impedindo que novos talentos sem recursos financeiros conquistem seu espaço, e ao mesmo tempo impõe as músicas pagas nas emissoras de rádio e TV), o jabá é ainda timidamente discutido nos meios de comunicação. Desde 2003, tramita na Câmara um projeto de lei, de autoria do deputado Fernando Ferro (PT-CE), que criminaliza a prática do jabá. O texto prevê reclusão de um a dois anos aos responsáveis por emissoras de rádio e TV que aceitarem dinheiro ou qualquer outra vantagem de gravadoras, artistas, empresários ou promotores de eventos em troca de veiculação de música. Embora o projeto seja uma iniciativa para coibir a prática do jabá, seus resultados concretos são duvidosos, devido à falta de identificação da prática e sua fiscalização. O Ministério da Cultura não tem posição definida sobre o assunto, justamente pela dúvida de quem irá fiscalizar a prática.

O importante é trazer o assunto à tona para conscientizar a sociedade sobre essa prática que exclui talentos do mercado musical brasileiro e tira o direito de livre escolha dos cidadãos de ouvirem o que realmente gostam e não o que toca nas rádios. (D.S.)

Violência na escola

Um ex-aluno de Filosofia do Instituto José Saramago de Arganda Del Rey (Madrid, Espanha) foi condenado pela Justiça a pagar multa de 200 euros por publicar em seu blog (diário virtual) mafius.com frases ofensivas contra um professor da instituição. “Se te encontrar pela rua, te atropelo com meu carro”, diz o ex-aluno, de 18 anos, em um trecho das ameaças publicadas entre fevereiro e abril deste ano e que resultaram na sua expulsão. Na sentença, a juíza que condenou o jovem argumentou que ele “extrapolou o âmbito da liberdade de informação e de expressão e atingiu a honra de terceiros”. Iván anunciou em seu blog que irá recorrer da sentença. (G.C.)

Artigos científicos

O número de artigos científicos de brasileiros cresceu 19%, mas, apesar do avanço, o Brasil ainda está em 17º lugar, atrás de Índia e Rússia. Em 2004 e 2005 passou de 13.313 para 15.777. Todos os países cresceram com o Brasil; alguns menos, como Rússia (5%); outros mais, como a China (29%) e a Índia (21%). A conta foi apresentada discretamente pelo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, em Florianópolis (SC), durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). (C.F.)

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