Três dos nove deputados denunciados pelo Ministério Público Eleitoral por captação ilícita de votos tiveram sua diplomação suspensa pelo TSE. Atendendo a duas Reclamações ajuizadas pelo vice-procurador geral eleitoral, Francisco Xavier Pinheiro Filho, o TSE suspendeu a decisão da presidência do TRE/RS que autorizara a diplomação subjúdice dos deputados do PDT Giovani Cherini, Pompeo de Mattos e Gerson Burmann. O ministro do TSE, Gerardo Grossi, ordenou o imediato cumprimento do acórdão do TRE que havia cassado o diploma dos deputados reeleitos em outubro passado e determinado a diplomação dos suplentes. A Reclamação da Procuradoria Geral Eleitoral atendeu a uma solicitação da Procuradoria Regional Eleitoral do RS, que em setembro passado ingressou na Justiça Eleitoral com representações contra os parlamentares pela utilização de albergues em proveito de suas campanhas eleitorais. Cherini recorreu ao TSE pedindo a reconsideração da liminar. Ainda cabem recursos aos parlamentares que foram enquadrados na Lei Eleitoral, por compra de votos.
Antes do primeiro turno das eleições, a Justiça Eleitoral realizou blitze nos albergues mantidos por deputados gaúchos e encontrou farto material de campanha. Ao todo, foram sete representações do MPE/RS por captação ilícita de votos contra nove candidatos, pedindo aplicação de multa e cassação do diploma. Além de Cherini, Mattos e Burmann, foram enquadrados o deputado federal Osvaldo Biolchi (PMDB) e os estaduais Vilson Covatti (PP), Iradir Pietroski e Aloísio Classmann (PTB), Márcio Biolchi (PMDB) e Adroaldo Loureiro (PDT) – que aguardam decisão do TSE.
Jornalista acusa Globo de manipular cobertura
O ex-repórter especial da Rede Globo, Rodrigo Vianna, acusou a emissora de manipulação na cobertura das eleições presidenciais. Ao ser informado, em dezembro do ano passado, que seu contrato não seria renovado, o repórter distribuiu uma carta a colegas na qual afirma que a emissora teria atuado para prejudicar a campanha de Lula à reeleição. “Intervenção minuciosa em nossos textos, trocas de palavras a mando de chefes, entrevistas de candidatos (gravadas na rua) escolhidas a dedo (…) Isso não foi o pior”, diz Vianna na carta. “Na reta final do primeiro turno, os ‘aloprados do PT’ aprontaram; e aloprados na chefia do jornalismo global botaram por terra anos de esforço para construir um novo tipo de trabalho aqui”, disparou o jornalista, que atuava na emissora desde 1995. Ele disse ainda que a direção de jornalismo da Globo barrou reportagens e investigações que envolvessem o PSDB. “Os telespectadores da Globo nunca viram Serra e os tucanos entregando ambulâncias cercados pelos deputados sanguessugas. Era o que estava na tal fita do ‘dossiê’. Outras TVs mostraram o vídeo, a internet mostrou. A Globo, não. Provava alguma coisa contra Serra? Não. Ele não era obrigado a saber das falcatruas de deputados do baixo clero. Mas, por que demos o gabinete de Freud pertinho de Lula, e não demos Serra com sanguessugas?”, questiona. Em comunicado interno, o diretor de jornalismo da Globo em São Paulo, Luiz Cláudio Latgé, rebateu as acusações de Vianna afirmando que a não-renovação do contrato de trabalho do jornalista nada teria a ver com a cobertura das eleições e qualificou as acusações de “mentirosas”. “Fizemos uma cobertura eleitoral intensa e democrática”, sustenta.
Jornada de Literatura
A 12ª Jornada Nacional de Literatura, que se realizará em agosto, em Passo Fundo, terá como tema A leitura da arte e a arte da leitura. Já está definida a realização de um seminário sobre criação literária com a participação de pelo menos 16 escritores do RS. A iniciativa contempla uma preocupação manifestada durante os debates da edição de 2005: a falta de espaços para os escritores gaúchos no evento. Organizada pela Universidade de Passo Fundo, a Jornada é bianual. A programação envolvendo autores e livros é precedida pelas pré-jornadas de literatura, que consistem em atividades para a formação de leitores em diversos municípios. Parceiro do evento, o Extra Classe mantém edições diárias durante a realização da Jornada.