Relatório da Controladoria Geral da União (CGU) com base em 370 ações fiscais realizadas no Sistema S mostra que praticamente 90% das entidades não conseguem passar no pente-fino do órgão de controle. O levantamento obtido pela Folha de S. Paulo detalha as auditorias feitas em 172 unidades do sistema, das quais somente 21 tiveram suas contas aprovadas. Em três unidades do sistema, a CGU constatou gestão irregular: Senar São Paulo, Senai e Senar Sergipe. Nesses casos, diz a CGU, houve malversação de recursos públicos. Em outras 148 foram apontados problemas que levaram a fiscalização a indicar ressalvas na avaliação das contas. O Sistema S integra nove entidades bancadas com recursos da folha de pagamento das empresas. Os recolhimentos não passam pela Receita Federal. As principais falhas apontadas no diagnóstico da CGU estão nas compras de produtos e serviços e na contratação de pessoal. As auditorias, iniciadas a partir de denúncias, confirmaram irregularidades de gerenciamento de recursos em quatro unidades (Sesi de Santa Catarina e Rondônia e Sesc/Senac do Espírito Santo) como sobrepreço em contratos de obras e serviços e conflitos de interesse em licitações. Em alguns casos, o contratante era sócio na empresa contratada.
Ensino médio em crise
O ministro da Educação Fernando Haddad declarou que o ensino médio vive uma “crise aguda” e que as políticas adotadas pelo governo ainda são ineficazes. Ele defende o aumento de investimentos nas escolas técnicas federais e sugere que elas funcionem como atalho para uma “revolução” no ensino brasileiro. Do contrário, segundo o ministro, o país terá de esperar até 15 anos para oferecer educação de qualidade. Para ele, o ensino médio é a etapa da educação básica que inspira maiores cuidados, a julgar pelos dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, o Saeb – prova de português e matemática aplicada a cada dois anos, em todo o país). A última mostrou que os alunos do 3º ano do ensino médio estavam tão defasados que tinham nível de conhecimento compatível com o da 8ª série do ensino fundamental. E os resultados de 2005 foram os piores de todas as edições do exame desde 1995.
ENADE
O resultado do Enade mostra que alunos de universidades federais que vieram de escolas públicas se saem melhor que os egressos do ensino médio particular na maioria das á reas avaliadas pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Esse resultado aparece em 53,75% dos cursos na avaliação que substituiu o antigo Provão, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação (Inep/MEC). Entre eles, estão Jornalismo, Engenharia Civil, Química e Arquitetura.
Cursos de Direito na mira do MEC
O ministro da Educação, Fernando Haddad, levantou a possibilidade de suspensão dos vestibulares nas escolas em pior situação entre os 89 cursos de Direito reprovados no Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes (Enade) e afirmou que dependerá “exclusivamente das faculdades” um eventual fechamento. Segundo ele, os cursos reprovados vão passar por uma supervisão com provável redução das vagas de ingresso. Nos casos mais dramáticos, o processo seletivo para ingresso na instituição será suspenso. O levantamento divulgado pelo MEC mostrou que 37 faculdades são as piores do país no setor: têm notas ruins no Enade e aprovação baixa no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O tesoureiro da Associação Nacional das Universidades Particulares, Heitor Pinto Filho, que é reitor e dono da Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban), diz que o cruzamento de dados realizado pelo MEC para chegar à lista dos piores cursos de Direito não tem embasamento legal. Segundo ele, a ameaça de punição é “demagógica”.
CONCURSO
A Faculdade de Letras e a editora da UniRitter promove o concurso“ Um Passeio pela Praça das Letras”, para estudantes no ensino médio da Grande Porto Alegre. As inscrições vão até 19 de outubro, e os textos deverão ser inéditos. Edital do concurso, no site da UniRitter: www.uniritter.edu.br.