Pesquisa que investiga as condições de trabalho e saúde dos trabalhadores nas instituições de ensino privado do Rio Grande do Sul entrará em sua segunda etapa em novembro. A iniciativa da FeteeSul em parceria com o Sinpro/RS e demais sindicatos da federação, tem por objetivo colocar em evidência as condições de trabalho nas instituições de ensino privado e trazer à luz os principais problemas e dificuldades de saúde enfrentados por professores e auxiliares de ensino. “Apelamos aos professores para que efetivamente respondam ao questionário que lhes será enviado. Só assim teremos uma amostragem significativa de dados com validade científica sobre o tema para que se possa fazer uma boa aferição sobre as situações investigadas. Assim, obteremos mais elementos para elaboração de políticas para o setor”, diz Cassio Bessa, coordenador geral da FeteeSul e diretor do Sinpro/RS.
O coordenador da pesquisa Wilson Cesar Ribeiro Campos, do Departamento Intersindical de Pesquisas e Estudos de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat), explica: “Em novembro, estaremos iniciando a segunda etapa da pesquisa enviando a todos os professores um questionário construído a partir de uma base recomendada pela OMS – Organização Mundial de Saúde e adaptado para considerar os principais temas e problemas levantados na primeira etapa”. Ele lembra aos professores que será enviado por email um link com senha para preenchimento do questionário que é absolutamente sigiloso, uma vez que não é necessário identificar-se. “Esta pesquisa é fundamental para colocar em evidência, utilizando uma metodologia científica adequada, os problemas de saúde enfrentados no cotidiano, por isso é muito importante a participação e colaboração de todos os professores nesta etapa da pesquisa”, conclui.
Na primeira etapa, foram entrevistadas 223 pessoas, sendo 118 professores e 105 auxiliares de ensino distribuídos em 23 municípios, 47 instituições de ensino abarcando séries iniciais, séries finais, Ensino Médio e Superior. A concentração etária ficou entre os 30 e 50 anos para 66% dos entrevistados.
MERCADO
Universidades na Bolsa ainda respiram
As ações das empresas de Educação na Bolsa de Valores de São Paulo vêm caindo desde o início da crise financeira internacional. O caso mais grave parece ser o da Anhanguera, que em dezembro de 2007 tinha seus papéis valendo R$ 38,00. No dia 31 de outubro – menos de dez meses depois –, a mesma ação estava sendo negociada por R$ 16,66. A Kroton também viu os valores despencarem de R$ 37,50 para R$ 8,40 em um ano.
Executivos da Estácio Participações observam a desvalorização no mercado depois de terem lançado uma nova leva em julho, valendo R$ 21,70 – no último dia de outubro, o valor era de R$ 13,52.
Apesar disso, as empresas não serão as mais atingidas pela crise, acreditam os especialistas no tema. Isso porque na média, as ações caíram menos do que o Índice Bovespa, que mede o desempenho geral das empresas listadas. “Só isso já é um bom sinal”, avalia o analista da XP Investimentos, Teodoro Fleury.
Fleury explica que a pior conseqüência da crise é a falta de oferta de crédito. “Nesse caso, valorizam as aquelas que possuem dinheiro em caixa”. Como a estréia de Anhanguera, Estácio e Kroton no mercado financeiro é recente – a pioneira foi a Anhanguera, em março de 2007 – ainda estão com o “caixa gordo” por conta dos negócios iniciais.
Outra razão para que os acionistas não entrem em pânico é que o mercado tende a dar mais confiança a produtos com certa estabilidade, caso do principal sustento das faculdades: as mensalidades. “Pode ser que haja um pouco de inadimplência, mas nada que afete a empresa”, acredita Fleury.
O analista de mercados reforça a tese de que o momento é bom para “os corajosos” investirem em ações. “É certo que voltarão a valorizar, mas a expectativa de tempo deve ser feita em anos, não em meses”, alerta.
Fleury ainda faz questão de salientar que a queda nas bolsas não influencia o cotidiano das empresas. “É como comprar uma casa. Se alguns meses depois ela valoriza ou o preço baixa, a estrutura não sofre alterações”, compara.
E finaliza lembrando que as eventuais perdas ou ganhos se refletem apenas no bolso dos acionistas. “Ações subindo ou descendo não significam fluxo no caixa da empresa”. (Naira Hofmeister)
STF
Aposentadoria dos professores especialistas
No dia 29 de outubro, o Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 3772, proposta pelo Ministério Público Federal com o intuito de ver declarada a inconstitucionalidade da Lei 11.301/2006, a qual estende aos professores e especialistas em Educação o direito a contar, para a aposentadoria especial do professor, o tempo de contribuição exercido em atividade de coordenação, assessoramento pedagógico e direção de unidade escolar na Educação Básica.
A maioria dos Ministros do STF entendeu por dar parcial provimento a ADI, afirmando que os períodos laborados nos cargos de direção de unidade escolar, de coordenação e de assessoramento pedagógico devem ser computados para a aposentadoria especial do professor, desde que exercidos por professores, por conseqüência, não estendem o direito aos especialistas em Educação.