Foto: Reprodução imagem em video da TV Globo
Apologia à violência contra mulheres, negros, homossexuais, judeus e crianças em um blog levou a Polícia Federal à prisão preventiva de dois homens, em Curitiba, no dia 22 de março. A Operação Intolerância, deflagrada pela PF depois de quase 70 mil denúncias, chegou ao curitibano Emerson Eduardo Rodrigues e ao brasiliense Marcelo Valle Silveira Mello, responsáveis pelas postagens criminosas no blog silviokoerich.com. O nome “Sílvio Koerich” foi adotado em represália a uma vítima dos ataques da dupla durante um fórum de debates feminista. No blog, que está hospedado em um provedor da Malásia, há manifestações racistas, homofóbicas, anticomunistas e ameaças de morte. Entre os alvos dos criminosos, o deputado federal Jean Wyllys e estudantes de Sociologia da UnB. Os presos responderão pelos crimes de incitação à discriminação ou preconceito racial, incitação à prática de crime e publicação de pornografia infanto-juvenil.
Trabalho extra I
Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no dia 21 de março demonstra que o tempo de trabalho está invadindo cada vez mais o tempo livre dos brasileiros, o que compromete a qualidade de vida de 39,5% dos trabalhadores, prejudicando a saúde, as relações pessoais e as atividades de educação e lazer. Apesar do aquecimento na economia, da queda do desemprego e do aumento na contratação de trabalhadores formais, os brasileiros estão trabalhando cada vez mais e com mais intensidade, revela a pesquisa. “Parte desta contradição pode ser explicada porque as fronteiras entre o tempo de trabalho e o tempo livre estão se diluindo. Mesmo após completar a jornada formal, o trabalhador não consegue se desligar e acaba levando trabalho para casa, para o transporte coletivo, enfim, para seu período de descanso”, assinala o técnico em Planejamento e Pesquisa do Ipea, André Gambier Campos.
Trabalho extra II
Das 3.796 pessoas entrevistadas em áreas urbanas das cinco regiões do país, 45,4% afirmaram que não se desligam totalmente do trabalho após o término da jornada formal. As novas tecnologias são responsáveis pelo monitoramento de 26% dos entrevistados, que dizem ficar à disposição dos superiores por meio de equipamentos eletrônicos e 8% desenvolvem alguma atividade extra por celular ou internet. O tempo livre vem diminuindo por causa do trabalho na opinião de 37,7%, e o tempo dedicado ao trabalho já compromete a qualidade de vida para 39,5%. Entre os trabalhadores que percebem o comprometimento da sua qualidade de vida devido ao excesso de trabalho, 13% se sentem cansados e estressados, 9,8% acham que a jornada estendida compromete suas relações familiares, 7,2% consideram que causa prejuízo para o estudo, lazer e atividades físicas, 5,8% acham que dificulta as relações de amizade e 2,9% se sentem desmotivados para o próprio trabalho. As reações negativas atingem 48,8% dos trabalhadores.
Ácido no mar
A Justiça Federal negou recurso da Bunge Fertilizantes e confirmou a decisão que condenou a empresa a pagar, juntamente com a Chemoil International e a Genesis Navigation, indenização de R$ 20 milhões pelo derramamento de ácido sulfúrico do navio M/T Bahamas no canal de acesso ao Porto de Rio Grande (RS). O acidente ocorreu em agosto de 1998, quando o navio da armadora suíça Chenoil atracou no superporto, carregando 22 mil toneladas do produto usado na fabricação de fertilizantes da Bunge (Manah). Por um problema de pressão nas bombas, o ácido vazou para o casco do navio, abriu a carcaça e espalhou-se pelo canal. Após ser condenada pela 1ª Vara Federal de Rio Grande ao pagamento imediato da indenização, sem a espera do trânsito em julgado da decisão, a Bunge ajuizou recurso no TRT, pedindo a suspensão da multa sob a alegação de que não tinha capacidade financeira para o pagamento. O juiz federal João Pedro Gebran Neto, no entanto, manteve a sentença diante da comprovação de que a Bunge faturou em 2009 R$ 27,2 bilhões.
Dano moral
O Hospital Dom João Becker, de Gravataí, foi condenado ao pagamento de indenização por dano moral no valor de R$ 20 mil a uma parturiente que perdeu o bebê em virtude de mau atendimento no setor de emergência. A decisão da 4ª Turma do TRF da 4ª Região confirmou a condenação de primeira instância. A morte da criança ocorreu em dezembro de 2001, quando a mulher, com 32 semanas de gravidez, buscou atendimento de emergência com dor forte no abdômen e falta de ar. Ao chegar ao hospital, foi feito apenas raio-x de pulmão. De acordo com os autos, o pai do bebê alertou o médico que ela já havia apresentado quadro de eclâmpsia no nascimento da primeira filha, mas não foi feito nenhum outro exame. No dia seguinte, a paciente foi submetida a uma ecografia e constatada a morte do bebê.