Foto: Roberto Villar Belmonte
Na avaliação do economista João Pedro Stédile, da Via Campesina, a Cúpula dos Povos foi um espaço importante de confluência de ideias. Mais do que documentos, convergiram vontades políticas para botar energia contra um inimigo comum, o capital financeiro e as corporações internacionais “que vem ao Brasil e à América Latina para se apoderar dos recursos naturais, provocando desequilíbrios ambientais e problemas para toda população”. Ele argumenta que é preciso se rebelar contra isso, pois “a economia verde é um fetiche. Uma falsa propaganda que alguns estão querendo usar para dizer que é possível ter um capitalismo sustentável, mas como modo de produção é impossível, porque o capitalismo é predador. Bancos, petrolíferas e mineradoras estão ‘cagando e andando’ para a economia verde. Eles querem é lucro”, afirmou Stédile, sem meias palavras.
Marcio Pochmann, professor de Economia da Unicamp, afirmou em debate da Fundação Perseu Abramo que “vivemos as melhores condições de superação do capitalismo”. Destacou que há três tipos de modelo de sociedade em debate. Um pós-desenvolvimentista, presente no discurso do Equador e da Bolívia, que defende a volta a uma sociedade agrária, o outro é a economia verde associada ao mercado, que poderá fazer o capitalismo evoluir através de uma reforma tributária profunda e da modernização tecnológica, e o terceiro um novo tipo de desenvolvimento humano.