GERAL

Telhado de vidro

Publicado em 9 de março de 2016

Telhado de vidro
A condução coercitiva do pre­sidente do maior conglomerado siderúrgico do mundo, André Ger­dau, por agentes da Polícia Fede­ral, na Operação Zelotes, expôs a cautela adotada pela RBS na co­bertura do caso desde o início das investigações. A Zelotes apura o pagamento de propinas por gran­des empresas para se livrar de débitos tributários. R$ 1,5 bilhão no caso da Gerdau. A RBS está na lista das empresas investigadas.

Saia-justa
A petição on-line Vai ter shorti­nho, sim criada por um grupo de alunas de 13 a 17 anos do Colégio Anchieta, de Porto Alegre, para protestar contra o machismo em­butido nas normas de vestuário impostas pela instituição ultra­passou 23 mil assinaturas no dia 29 de fevereiro. Seria o caso de, ao invés de obrigar as meninas a esconder o corpo, abrir espaço para o debate sobre machismo, sexismo, a cultura da violência de gênero que precisa ser mudada, os direitos das mulheres…

Visita ao Chile
Serviu às mais diversas leituras a ausência da presidente Dilma Rousseff na festa de 36 anos do PT. É fato que no dia da festa, realizada em um armazém na Zona Portuária do Rio, no sábado, 27 de fevereiro, Dilma estava em Santiago, no Chi­le, para um almoço com a presiden­te chilena Michelle Bachelet.

O episódio expôs o tensiona­mento das relações do governo com setores do partido. Os movimentos sociais, por sua vez, estão mobilizados contra par­te das medida das governistas na economia, além dos cortes e omis­sões nas políticas sociais.

Em Santiago, a presidente saiu em defesa de Lula e respondeu de forma direta ao ser questionada por jornalistas brasileiros sobre se sentir injustiçada pelo próprio partido no seu plano de reformas e ajuste fiscal. “O governo é uma coi­sa e os partidos são outra (…) não governo só para o PT, governo para os 204 milhões de brasileiros”.

CMPC pressiona a presidência
O grupo Matte não admite que o envolvimento na formação de um cartel que controlou o mercado e os preços do papel higiênico no Chile e Colômbia por mais de dez anos prejudique o desempenho financeiro da empresa no Brasil, onde são proprietários da CMPC Celulose Riograndense, que fun­ciona em Guaíba.

Lobby da celulose: Dilma Roussef durante audiência com Gonzalo Garcia Balceda, da CMPC

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Lobby da celulose: Dilma Roussef durante audiência com Gonzalo Garcia Balceda, da CMPC

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Na avaliação da empresa, o problema está res­trito à prática de alguns executivos do grupo e o impacto seria mais ético que financeiro. As investiga­ções seguem nos países afetados, mas o investimento de 200 milhões de reais previsto para melhorias em Guaíba, para 2016, está confir­mado, conforme a direção da em­pesa. Os movimentos da CMPC no Brasil também incluem lobby para o abrandamento da legisla­ção sobre a compra de terras por estrangeiros. O pedido foi levado por Gonzalo García Balmaceda diretamente à presidente Dilma Rousseff e ao ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento), du­rante visita oficial ao Chile, em fevereiro. Secretário-executivo do Grupo há mais de 25 anos, Bal­macera foi um dos fundadores da Renovación Nacional, partido de centro direita no Chile, em 1987 e foi subsecretário do Interior do go­verno Pinochet, entre 1988 e 1990.

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