Abin estima mais de 5 mil mortes por coronavírus em duas semanas

O site de notícias The Intercept Brasil (TIB) publicou na tarde desta terça-feira, 24, relatório da Agência Brasileira de Informações (Abin) em que enfatiza a necessidade de medidas de contenção ao novo coronavírus, como quarentena, e alerta para a possibilidade de um contingente superior a 5 mil mortes nos próximos 15 dias.

O documento, segundo o site, classificado como sigiloso, foi finalizado às 22h10 da segunda-feira, 23. O TIB não revelou a fonte de sua informação.

Segundo o relatório, se o vírus se propagar no Brasil com a mesma velocidade de China, Itália e Irã – que adotaram medidas de confinamento da população – o país deverá registrar na segunda semana de abril (a partir do dia 6) 5.571 mil mortos e 207.435 casos da Covid-19, que é enfermidade causada pelo novo coronavírus. Mesmo no cenário menos sombrio, o número de mortos seria superior a 2 mil pessoas.

Demanda por leitos

A Abin também projetou a demanda por leitos de UTI nas próximas duas semanas, chegando à conclusão que a crise vai gerar uma pressão enorme sobre o sistema público de saúde.

Em alguns estados, o comprometimento de leitos de UTI com casos de Covid-19 pode chegar a 46,3% (Ceará), 44,5% (Distrito Federal), 30,6% (Santa Catarina) e 30,4% (Acre). A taxa de ocupação média de leito de UTI, no Brasil, chega a 85% em épocas sem epidemias. Ou seja, haverá falta de leitos para atender os doentes.

Em Porto Alegre, a prefeitura confirmou à noite a primeira morte causada pelo novo coronavírus na cidade. Uma paciente de 91 anos, que estava internada na UTI do Hospital Moinhos de Vento, não resistiu às complicações causadas pela doença.

Segundo o boletim da prefeitura, outras oito pessoas que estavam internadas em tratamento intensivo com resultado positivo para Covid-19 tiveram alta.

Último relatório da Secretaria Estadual da Saúde aponta o Rio Grande do Sul com 112 casos, sendo 47 confirmados em Porto Alegre. A Secretaria Municipal da Saúde, entretanto, informa que há 81 casos confirmados – quase o dobro. Em todo o país, há 2.201 casos confirmados. Especialistas, entretanto, afirmam que o número de casos é maior devido à subnotificação, devido à testagem apenas de casos graves.