Audiências da In Driver e 99 com motoristas terminam sem acordo
Foto: Gustavo Simão/ Divulgação
Foto: Gustavo Simão/ Divulgação
Duas audiências do processo de negociação entre o Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos do estado (Simtrapli/RS) e empresas do setor, com mediação do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) Rio Grande do Sul terminaram sem acordo na tarde de terça-feira, 1º. Os representantes das plataformas InDriver e 99 rejeitaram as reivindicações dos motoristas e não apresentaram contrapropostas.
Novas audiências foram agendadas pelo judiciário trabalhista. A pauta de reivindicação dos motoristas do transporte de passageiros por aplicativos foi desmembrada por empresa por determinação do TRT4 devido à disparidade nas relações dos trabalhadores com cada uma das quatro plataformas que atuam no estado.
Foto: CUTRS/ Divulgação
A plataforma russa InDriver, que adota um sistema de leilão de tarifas, em que o usuário define o preço da corrida, rejeitou a proposta do Simtrapli/RS de fixação de um preço mínimo dos serviços prestados. O representante da empresa alegou que isso seria incompatível com seu modelo de negócio de leilão de valores.
O sindicato contrapôs a adoção de um valor médio de tarifa que pudesse servir de parâmetro para a decisão do trabalhador. A proposta será avaliada pela plataforma.
Além disso, avançaram as negociações sobre o aprimoramento dos canais de comunicação entre a empresa e os motoristas e sobre a questão da segurança por meio da verificação da idoneidade dos passageiros, o que no entender do Simtrapli/RS está aquém do praticado pelas outras plataformas.
O TRT4 marcou nova audiência para o dia 22 de junho, às 15h para que a InDriver responda às propostas da representação dos motoristas.
Reajuste de tarifas
A audiência com a 99 foi marcada por muita tensão. A empresa rejeitou que o bloqueio permanente da secretária geral do Simtrapli/RS, Carina Trindade, tivesse motivação antissindical.
O representante da plataforma alegou que foi aplicado o regramento do contrato, embora tenha sido invocada a cláusula de privacidade, e não revelou os motivos para a suspensão. Em nota, a 99 informa que “a motorista foi bloqueada por violar os termos de uso da plataforma”. A assessoria jurídica do sindicato informou que adotará medidas judiciais apropriadas.
A pauta em relação ao reajuste nas tarifas também não avançou. Os motoristas pedem um reajuste de 42%, o que foi rejeitado pela empresa. A suspensão do programa 99poupa que concede descontos aos usuários e reduz a remuneração dos condutores também foi rejeitada.
A representação da 99 no estado, no entanto, pediu prazo para consultar a matriz, já que reajustes foram concedidos em Florianópolis e em outras cidades. O TRT concedeu prazo até o dia 15 para que a 99 apresente uma contraproposta.
Carreata
Na próxima terça-feira, 8, haverá nova rodada de negociações, com uma audiência para a apresentação de uma proposta de indenização da Cabify aos seus motoristas. A empresa deixará de atuar no país no dia 14 de junho. A partir das 6h, haverá uma carreata unificada dos motoristas de aplicativos das quatro plataformas que atuam na capital. O protesto seguirá do Largo da Epatur até a sede do tribunal.