Alexandre de Moraes quebra sigilo bancário e fiscal de empresários
Foto: Nelson Jr./STF
Foto: Nelson Jr./STF
O ministro Alexandre de Moraes determinou na tarde desta quarta-feira, 27, a quebra do sigilo bancário e fiscal de quatro suspeitos de financiar uma rede de apoio e sustentação do presidente Jair Bolsonaro. A cereja do bolo para analistas políticos é o proprietário da rede varejista Havan, Luciano Hang.
Sob Hang sempre pairou a suspeita de ter sido um dos principais integrantes de um esquema de financiamento de disparos em massa de notícias caluniosas no WhatsApp contra o então adversário de Bolsonaro no segundo turno, Fernando Haddad, do PT.
A decisão do ministro Alexandre de Moares ocorreu horas após a operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal para a coleta de possíveis provas para o inquérito que apura campanha de fake news e ameaças a integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Junto com Hang, ainda figuram o dono da rede de academias Smart Fit, Edgard Gomes Corona, o militar da reserva da Marinha, Winston, e o humorista Reynaldo Bianchi Júnior.
Fake news na campanha para presidente
A novidade que pode tornar a ação ainda mais explosiva é que o despacho de Moraes contempla o período de julho de 2018 a abril de 2020 para a obtenção dos dados financeiros. Isso pode trazer a tona fatos que acabaram influenciando a campanha eleitoral vencida por Bolsonaro.
O WhatsApp foi a principal rede usada na campanha pelos bolsonaristas. Para efetivar a ação de propaganda considerada ilegal pela legislação eleitoral brasileira, um pool de empresários teria contratado um software da empresa espanhola Enviawhatsapps usando como fachada diversos negócios. De grandes empresas, passando por lavadoras de carros, fábricas e até açougues.
Moraes ainda solicitou no despacho desta tarde o bloqueio de 17 perfis em redes sociais. São suspeitos, segundo o ministro, de disseminar ou financiar a máquina da desinformação.
O STF ainda encaminhou ofício para plataformas que sustentam as mais variadas redes sociais determinando a preservação de publicações de seis deputados federais e dois estaduais aliados de Bolsonaro. Todos do PSL. São eles: os federais Bia Kicis, Carla Zambelli, Daniel Silveira, Filipe Barros, Cabo Junio do Amaral e Luiz Phillipe Orleans e Bragança. Os estaduais Douglas Garcia e Gil Diniz, do estado de São Paulo.